2012-10-30

António Correia de Oliveira sobre Carlos de Lemos


Em texto publicado na revista Beira Alta (Ano VIII, fasc. III, 3º trimestre de 1949), sob o título "Regresso ao Liceu", assim se refere António Correia de Oliveira ao fundador de Ave-Azul:

«o dr. Carlos de Lemos, o poeta das impecáveis paráfrases de Antero e da revista Ave Azul, com seus modos desprendidos de romântico." (p. 286) 

2012-10-21

"Camilo íntimo - Cartas inéditas de Camilo Castelo Branco ao Visconde de Ouguela"


Trazidas à tona viva do mundo pela brasileira Beatriz Berrini, este Camilo íntimo, com chancela do Clube do Autor, contém um prefácio assinado por A. Campos de Matos e um posfácio de João Bigotte Chorão.
Imperdível...

2012-10-20

depois de pessoa, pina...

há uma verdade nisto. a morte. não ser pessoa e sê-lo. uma clara poesia que é também prosa e campos. toda a poesia é pessoa. pina não morre ainda. ontem nunca aqui já.

2012-10-18

O DIA DE “MOBY DICK” É HOJE



O DIA DE “MOBY DICK”  É HOJE

Interessante imagem a do motor Google a lembrar que passam hoje 161 anos sobre a publicação da primeira edição do romance do americano Hermann Melville (1819-1891), vindo a lume primeiramente em Londres (1851), sob o título “The Whale”, e posteriormente em Nova Iorque, com a intitulação “Moby Dick, or The Whale”.
Trata-se, sem dúvida, de uma obra multímoda e riquíssima, que mereceria uma releitura. Como, aliás, o nemesiano “Mau tempo no canal” o mereceria. Lembro, a propósito, uma interessante relação que Eugénio Lisboa, no decurso de uma das suas aulas, traçou entre o romance de Melville e um outro de Montherlant.
Melville, Nemésio, Lisboa e Montherlant, eis quatro monstros num só dia dentro da noite…   

NADA: SOBRE OS NOVOS ESTRANGEIRADOS



NADA: SOBRE OS NOVOS ESTRANGEIRADOS

Nada resta do que fomos. Passos Coelho pode repetir que o governo não está para cair. Já caiu, todos o sabem. A tautologia é evidente: quem, afinal, pode cair sobre o que há muito jaz? Coelho não entende, até porque o seu mentor Relvas poderá saber muito de politiquice mas nada sabe do país, dos anseios das populações e do que realmente importa. Há mesmo duas cartas diretas de um grande estrangeirado (Eugénio Lisboa) ao primeiro-ministro que, não fossemos este país dissoluto, fariam corar de vergonha qualquer mortal.
Passos Coelho é imortal. Depois de matar o povo, foi cantar com a Nini e riu alarvemente sobre o sofrimento das pessoas; deu carta deletéria a Gaspar para a todos dizimar. Imortal, acha-se assim.
Eu amo os meus estrangeirados – o Infante Santo, Vasco da Gama, Luís de Camões, Duarte Pacheco Pereira, os célebres irmãos Gouveia, o Cavaleiro de Oliveira, Alexandre Herculano, Almeida Garrett, Carlos Malheiro Dias, Aquilino Ribeiro, Adolfo Casais Monteiro, Jorge de Sena, Júlio Resende, Eugénio Lisboa, António Franco Alexandre, Luís Miguel Nava, Rui Costa e tantos outros.
Há diásporas que denego. Aquelas que são nada. Sem causas e sem lutas, obrigam os poderes à fuga dos mais jovens. Sem nada de substantivo, os poderes escondem-se num país que já venderam ou refugiam-se noutro, sabedores dos maus ofícios prestados. De quem falo? É só olhar em volta. Eles mexem-se: fogem, entram, saem, vão à Roménia, fecham o Palácio de Belém… Matam e evaporam-se como vulgares assassinos. Sendo nada, ao nada voltarão. Urge. 

2012-10-17

MONÓLOGO DE PASSOS COELHO VENDO CHOVER EM PORTUGAL



MONÓLOGO DE PASSOS COELHO VENDO CHOVER EM PORTUGAL

 

Gabriel García Márquez haverá de ser lembrado pelas melhores razões. Possuidor de uma oficina efabuladora muito bem artilhada, as suas estórias prendem-se à pele e ficam connosco. Lembro-me, por exemplo, da poderosa narrativa breve “Monólogo de Isabel vendo chover em Macondo” (1955), de que o título supra é clara deriva.

A desgovernação de Pedro Passos Coelho e todas as pessoas coniventes com o impossível afogamento do país haverão de ser lembradas pelas piores razões. Esta é uma outra história que se prende à pele e que desejamos esquecer. Quando esta gente já nada for, os manuais atirarão o seu legado para uma obscura nota de rodapé com a admonição de “nítido nulo”.

Como em García Márquez, há uma chuva que não cessa. Há mesmo um “barro líquido” que corre pelas ruas, arrastando “objetos domésticos, coisas e mais coisas, destroços de uma remota catástrofe, escombros e animais mortos”. Instalados na cegueira, os desgovernantes fingem ver o caminho. Não conseguem sequer vislumbrar o lodo em que enterram o país.

Ver é preciso, repulsar estes coveiros do abismo é uma necessidade.

2012-10-15

E TUDO FALHOU!...



E TUDO FALHOU!...

O homem veio de Chicago e falhou. Mecânico, lento, quase lerdo, trauteou uma canção que nos levou a isto. “Isto” é um enorme poema de Pessoa e nada tem que ver com isto. Isto existe: um total falhanço nas contas, um iniludível gamanço, um cortar por cortar porque cortar é fácil. Nos mesmos, nos que sofrem, nos que mal respiram.
Gaspar agiu, cortou, matou. Insensível, cortou. Terá um prémio como um vulgar filho de político. Haverá de estar ligado a uma grande empresa, como um pai Ângelo não há muito protegeu os afilhados Relvas e Coelho. A História fará história e a todos dizimará.
Não há alternativas, diz Gaspar. É inevitável, contrapõe o cultor de Nini, que nos trouxe aqui, porque quis e sabe o que quer.
Todos sabem o que não querem. No ínterim, há um palhaço de Chicago que cumpre um papel assinado em papel molhado com uns quantos golpistas do momento. Mas até quando, povo, que ouve “Acordai!” e não dorme… 

2012-10-11

[vícios]



extremo o vício tomba no prato
como vulgar fruto à mesa vindo
ou arquivo declinando o conteúdo.

ele nasceu do tempo das chuvas
das crepitações oblíquas das chamas
de todas as sedes nascendo da pele.

extremo o vício diz o teu nome.

2012-10-04

Estão para chegar os "Diários" de al berto


"Nem será preciso acender qualquer luz de vigia... eu morro com as paisagens."
[Al Berto, "Diários"]

2012-10-02

DIA MUNDIAL DOS PROFESSORES | COIMBRA | 15h30 | PRAÇA DA REPÚBLICA



DIA MUNDIAL DOS PROFESSORES | COIMBRA | 15h30 | PRAÇA DA REPÚBLICA
EM 5 DE OUTUBRO, SPRC HOMENAGEIA, TAMBÉM, UM EXEMPLAR PROFESSOR E CIDADÃO: RÓMULO DE CARVALHO!

Em 5 de Outubro comemora-se o Dia Mundial dos Professores. Na região centro, o SPRC/FENPROF vai homenagear um grande Professor e exemplar cidadão, de seu nome Rómulo de Carvalho.

A iniciativa terá lugar na Praça da República – que, nesse dia, deverá transformar-se em Praça dos Professores – a partir das 15.30 horas.

Na homenagem estarão presentes o filho de Rómulo de Carvalho, Frederico de Carvalho, Vice-Presidente da Federação Mundial dos Trabalhadores Científicos e Presidente da OTC (Organização dos Trabalhadores Científicos), bem como Manuel Freire, o intérprete maior da Pedra Filosofal, texto de referência do Professor Poeta António Gedeão.

Esta iniciativa que assinala o Dia Mundial dos Professores será ainda espaço para falar sobre a actual situação da Educação e dos Professores em Portugal e na Europa, tendo em conta que atravessamos um tempo de crise, de dimensões diversas, que teima em destruir um país por conta de ilegítimos interesses que têm, no governo, fiéis representantes.

Assim, estarão ainda presentes e usarão da palavra:

- Arménio Carlos, Secretário-Geral da CGTP, que se referirá à situação geral do país e dos trabalhadores portugueses;
- Mário David Soares, Professor, representante da CGTP no Conselho Económico e Social da União Europeia, que intervirá sobre a situação da Educação numa Europa em profunda crise;
- Mário Nogueira, Coordenador do SPRC e Secretário-Geral da FENPROF, que falará dos problemas, dos desafios e da luta dos profissionais docentes em Portugal.

No final, será aprovada uma Resolução dos Professores, a enviar ao Presidente da República, Grupos Parlamentares, Primeiro-Ministro e Ministro da Educação e Ciência. Entre outros aspectos, esta Resolução dos Professores incluirá os compromissos de continuação e elevação de uma luta que, sendo cada vez mais geral, é, já hoje, de todo o povo português.