2012-05-10

corpo no corpo

de olhos cerrados ilumina-se a pele
os flancos do sonho contra as espigas
o fogo devastando o íntimo de tudo
o coração tersa mola dentro do trigo
agitando-se desde as mãos candeias
aladas dedilhando a carne os ossos
os puros lugares todos os músculos
os órgãos movendo-se apressados
um intrínseco rumor de lâminas breves
os tendões moldando-se silenciosos
em tendões batendo a imagem do amor
nas costas batendo um feroz furor
levitando o corpo as suas amarras
encaixando-se mergulhando o possível
como na manhã o orvalho brilhando.

pele contra pele e corpo no corpo contra.

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