2012-05-30
2012-05-27
2012-05-23
2012-05-15
2012-05-10
corpo no corpo
de olhos cerrados ilumina-se a pele
os flancos do sonho contra as espigas
o fogo devastando o íntimo de tudo
o coração tersa mola dentro do trigo
agitando-se desde as mãos candeias
aladas dedilhando a carne os ossos
os puros lugares todos os músculos
os órgãos movendo-se apressados
um intrínseco rumor de lâminas breves
os tendões moldando-se silenciosos
em tendões batendo a imagem do amor
nas costas batendo um feroz furor
levitando o corpo as suas amarras
encaixando-se mergulhando o possível
como na manhã o orvalho brilhando.
pele contra pele e corpo no corpo contra.
os flancos do sonho contra as espigas
o fogo devastando o íntimo de tudo
o coração tersa mola dentro do trigo
agitando-se desde as mãos candeias
aladas dedilhando a carne os ossos
os puros lugares todos os músculos
os órgãos movendo-se apressados
um intrínseco rumor de lâminas breves
os tendões moldando-se silenciosos
em tendões batendo a imagem do amor
nas costas batendo um feroz furor
levitando o corpo as suas amarras
encaixando-se mergulhando o possível
como na manhã o orvalho brilhando.
pele contra pele e corpo no corpo contra.
2012-05-09
ofélia
no meu corpo as águas
as reflexas tempestades
a súbita palidez da vida.
o musgo descendo a luz
proscrastinando o ocaso
a liquidez de tudo em mim.
eis-me folha corrente indo
mar impuro vagueando aí
na justa corrupção de tudo.
sobre a boca o trigo na mão
a mancha adjacente o medo
mordendo a noite inquieta...
persisto na chuva que sou.
as reflexas tempestades
a súbita palidez da vida.
o musgo descendo a luz
proscrastinando o ocaso
a liquidez de tudo em mim.
eis-me folha corrente indo
mar impuro vagueando aí
na justa corrupção de tudo.
sobre a boca o trigo na mão
a mancha adjacente o medo
mordendo a noite inquieta...
persisto na chuva que sou.
2012-05-08
ascese
ascendo por fim
os ramos erectos
fendem-me a pele
elevando ao sol
este corpo declinado
na tarde encostado
ao calor das folhas
rumo a esta casa.
dos pés ao crânio
um corredor fundo
textura-se no sangue
inunda-se da linfa
fresca das manhãs
para comigo respirar
contra a palidez surda
no ar exposta assim.
um desejo ícaro de papel
mergulha na térrea morada
e regressa na língua viva
sobrevivente como signo.
esta a minha casa elementar.
os ramos erectos
fendem-me a pele
elevando ao sol
este corpo declinado
na tarde encostado
ao calor das folhas
rumo a esta casa.
dos pés ao crânio
um corredor fundo
textura-se no sangue
inunda-se da linfa
fresca das manhãs
para comigo respirar
contra a palidez surda
no ar exposta assim.
um desejo ícaro de papel
mergulha na térrea morada
e regressa na língua viva
sobrevivente como signo.
esta a minha casa elementar.
Etiquetas:
criação poética / chove no corpo
2012-05-04
mitologia
a dimensão do engenho humano esmaga a natureza
e debruçada no vento uma árvore observa a criança
os fios de luz declinados na terra os abusos do tempo
a prescrição da ciência como impureza corrosiva...
dócil o aprendiz de sísifo segue a árvore de corpo pendido
enquanto o claro e nascituro chão se abre em puro sangue.
e debruçada no vento uma árvore observa a criança
os fios de luz declinados na terra os abusos do tempo
a prescrição da ciência como impureza corrosiva...
dócil o aprendiz de sísifo segue a árvore de corpo pendido
enquanto o claro e nascituro chão se abre em puro sangue.
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criação poética / chove no corpo
2012-05-01
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