2010-12-31

proceleusmatia

e agora mataste um ano assim
declinado a pique no regaço…
que fizeste e que esperas das novas eras
da vida que quase nasce e se anuncia?
proceleusmático eis o canto e a faca.

2010-12-30

impossibilia

uma rua no passado anoitece a mente
e da reserva íntima só líquidos fundos
vêm à tona da pele escurecendo o ar
o vinho a comida abandonada na mesa
em toalha morta de impossíveis e sonhos.

2010-12-28

pegureiro

como um zagal eis os caminhos percorridos todos os dias
as azáfamas violentando a pele e o carmim dos músculos
a saliva acidificando os dentes dentro da língua um uivo.

2010-12-26

A sombra iluminada: "De novo à sombra de Mestre Aquilino", de Manuel de Lima Bastos

Este livro é para ser lido, passe a tautologia, porque não obedece ao ilegítimo interesse e à vontade individualista. Apetece mesmo, na esteira bíblica do Apocalipse, repetir as palavras do anjo, lançando de imediato o convite ao leitor: “Toma este livro, e come-o.”

Fica a movência como sendo o motivema desta grande aventura (reaventura, afinal, de muitos anos) pelos textos de Mestre Aquilino, “essa figura maior de Sernancelhe” e “também da literatura em prosa de todo o século XX português”. E, de facto, essa estrada de Damasco está anunciada desde a dedicatória. Como recusar, pois, um lugar no lugar que é lugar?

O tom prefacial da abertura é esclarecedor. A matéria dita antes anuncia ser este livro uma incisão da abjuração, até porque quem se acoita na penumbra de Aquilino, cedo regressa ao desafio da escritura e da doce movência sobre um seu émulo gigante dito o “maior, melhor e mais virtuoso prosador”.
É de andanças e deambulações que falamos. Daquelas que no rasto de Aquilino cruzam evidências e “semideiros” de Vila Nova de Paiva, Sernancelhe, Moimenta da Beira, Aguiar da Beira e Sátão, e nos transportam, em virtuoso renovo, aos sabores-saberes da mesa aquiliniana, sem que nesse estendal prandial falte sequer uma emocionante carta para além do tempo a Mestre Aquilino, em jeito posfacial, bem como uma inicial explicação contra o perfunctório a respeito da sorte do primeiro À sombra de Mestre Aquilino.

Repito, movência, isto é, errância. O autor, qual judeu errante, peregrina, repetidas “vezes sem conta”, por lugares electivos aquilinianos e deles colhe o espírito do artista, como se não houvesse morte e olvido. Citando Aquilino pelas ideias e nem sempre pelas palavras (e ainda bem), Lima Bastos diz desconfiar o autor de Estrada de Santiago de quem não se compraz “com os honestos prazeres da mesa”. Assim se legenda uma imagem da impossibilidade de se chegar ao prazer de quaisquer artes sem o verdadeiro sabor das coisas. Bem desconfiava Aquilino do carácter dessa gente sem esfera gustativa, afastada do génio e da criação!...

Múltipla e multívora, a proposição de Lima Bastos leva-nos a aprendizagens profundas que connosco chocam plenas de inconfutação: lembro aqui a magnífica aposição do intelectual feirense e nacional, pegando no dito materno, ser a morte de um idoso o ardimento de uma biblioteca.

O autor escava e aprofunda, lacera e fixa, desvelando quadros imemoriais e perdidos dos forrageadores da jeira aquiliniana. E aí as informações ingurgitam e reganham foros de cidadania, “novificando-se” e perenizando-se.

Desafiante, o juízo de Lima Bastos avança pela esfera institucional da canonização literária, não hesitando em avançar pela ideia de que “só mais duas ou três” obras poderão aspirar “a disputar-lhe a primazia” no século XX. E resulta muitíssimo bem o tom rendido ao engenho e ao esplendor de uma escrita cujos liames referenciais se foram perdendo no tempo dissoluto.

E, no fim, está aquela já mencionada carta a Aquilino que irrompe dentro do corpo, despedindo setas pelas veias. E volta-se ao início e ao sangue. Este livro, sombra iluminada, é um texto para ser comido. Poderia um autor desejar mais?

[jornal do centro, nº 458, de 23 de Dezembro de 2010]

2010-12-25

Um Real e Santo Natal...

MENSAGEM URBI ET ORBI de SUA SANTIDADE BENTO XVI

MENSAGEM URBI ET ORBI DE SUA SANTIDADE BENTO XVI

Santo Natal, 25 de Dezembro de 2010

«Verbum caro factum est – o Verbo fez-Se carne» (Jo 1, 14).

Queridos irmãos e irmãs, que me ouvis em Roma e no mundo inteiro, é com alegria que vos anuncio a mensagem do Natal: Deus fez-Se homem, veio habitar no meio de nós. Deus não está longe: está perto, mais ainda, é o «Emanuel», Deus-connosco. Não é um desconhecido: tem um rosto, o rosto de Jesus.

Trata-se de uma mensagem sempre nova, que não cessa de surpreender, porque ultrapassa a nossa esperança mais ousada. Sobretudo porque não se trata apenas de um anúncio: é um acontecimento, um facto sucedido, que testemunhas credíveis viram, ouviram, tocaram na Pessoa de Jesus de Nazaré! Permanecendo com Ele, observando os seus actos e escutando as suas palavras, reconheceram em Jesus o Messias; e, ao vê-Lo ressuscitado, depois que fora crucificado, tiveram a certeza de que Ele, verdadeiro homem, era simultaneamente verdadeiro Deus, o Filho unigénito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade (cf. Jo 1, 14).

«O Verbo fez-Se carne». Fitando esta revelação, ressurge uma vez mais em nós a pergunta: Como é possível? O Verbo e a carne são realidades opostas entre si; como pode a Palavra eterna e omnipotente tornar-se um homem frágil e mortal? Só há uma resposta possível: o Amor. Quem ama quer partilhar com o amado, quer estar-lhe unido, e a Sagrada Escritura apresenta-nos precisamente a grande história do amor de Deus pelo seu povo, com o ponto culminante em Jesus Cristo.

Na realidade, Deus não muda: mantém-se fiel a Si mesmo. Aquele que criou o mundo é o mesmo que chamou Abraão e revelou o seu próprio Nome a Moisés: Eu sou Aquele que sou… o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob… Deus misericordioso e compassivo, cheio de amor e fidelidade (cf. Ex 3, 14-15; 34, 6). Deus não muda: Ele é Amor, desde sempre e para sempre. Em Si mesmo, é Comunhão, Unidade na Trindade, e cada obra e palavra sua tem em vista a comunhão. A encarnação é o ápice da criação. Quando no ventre de Maria, pela vontade do Pai e a acção do Espírito Santo, se formou Jesus, Filho de Deus feito homem, a criação atingiu o seu vértice. O princípio ordenador do universo, o Logos, começava a existir no mundo, num tempo e num espaço.

«O Verbo fez-Se carne». A luz desta verdade manifesta-se a quem a acolhe com fé, porque é um mistério de amor. Somente aqueles que se abrem ao amor, são envolvidos pela luz do Natal. Assim sucedeu na noite de Belém, e assim é hoje também. A encarnação do Filho de Deus é um acontecimento que se deu na história, mas ao mesmo tempo ultrapassa-a. Na noite do mundo, acende-se uma luz nova, que se deixa ver pelos olhos simples da fé, pelo coração manso e humilde de quem espera o Salvador. Se a verdade fosse apenas uma fórmula matemática, em certo sentido impor-se-ia por si mesma. Mas, se a Verdade é Amor, requer a fé, o «sim» do nosso coração.

E que procura, efectivamente, o nosso coração, senão uma Verdade que seja Amor? Procura-a a criança, com as suas perguntas tão desarmantes e estimuladoras; procura-a o jovem, necessitado de encontrar o sentido profundo da sua própria vida; procuram-na o homem e a mulher na sua maturidade, para orientar e sustentar os compromissos na família e no trabalho; procura-a a pessoa idosa, para levar a cumprimento a existência terrena.

«O Verbo fez-Se carne». O anúncio do Natal é luz também para os povos, para o caminho colectivo da humanidade. O «Emanuel», Deus-connosco, veio como Rei de justiça e de paz. O seu Reino – bem o sabemos – não é deste mundo, e todavia é mais importante do que todos os reinos deste mundo. É como o fermento da humanidade: se faltasse, definhava a força que faz avançar o verdadeiro progresso, o impulso para colaborar no bem comum, para o serviço desinteressado do próximo, para a luta pacífica pela justiça. Acreditar em Deus que quis compartilhar a nossa história, é um constante encorajamento a comprometer-se com ela, inclusive no meio das suas contradições; é motivo de esperança para todos aqueles cuja dignidade é ofendida e violada, porque Aquele que nasceu em Belém veio para libertar o homem da raiz de toda a escravidão.

A luz do Natal resplandeça novamente naquela Terra onde Jesus nasceu, e inspire Israelitas e Palestinianos na busca duma convivência justa e pacífica. O anúncio consolador da vinda do Emanuel mitigue o sofrimento e console nas suas provas as queridas comunidades cristãs do Iraque e de todo o Médio Oriente, dando-lhes conforto e esperança no futuro e animando os Responsáveis das nações a uma efectiva solidariedade para com elas. O mesmo suceda também em favor daqueles que, no Haiti, ainda sofrem com as consequências do terramoto devastador e com a recente epidemia de cólera. Igualmente não sejam esquecidos aqueles que, na Colômbia e na Venezuela mas também na Guatemala e na Costa Rica, sofreram recentemente calamidades naturais.

O nascimento do Salvador abra perspectivas de paz duradoura e de progresso autêntico para as populações da Somália, do Darfour e da Costa do Marfim; promova a estabilidade política e social em Madagáscar; leve segurança e respeito dos direitos humanos ao Afeganistão e Paquistão; encoraje o diálogo entre a Nicarágua e a Costa Rica; favoreça a reconciliação na Península Coreana.

A celebração do nascimento do Redentor reforce o espírito de fé, de paciência e de coragem nos fiéis da Igreja na China continental, para que não desanimem com as limitações à sua liberdade de religião e de consciência e, perseverando na fidelidade a Cristo e à sua Igreja, mantenham viva a chama da esperança. O amor do «Deus-connosco» dê perseverança a todas as comunidades cristãs que sofrem discriminação e perseguição, e inspire os líderes políticos e religiosos a empenharem-se pelo respeito pleno da liberdade religiosa de todos.

Queridos irmãos e irmãs, «o Verbo fez-Se carne», veio habitar no meio de nós, é o Emanuel, o Deus que Se aproximou de nós. Contemplemos, juntos, este grande mistério de amor; deixemos o coração iluminar-se com a luz que brilha na gruta de Belém! Boas-festas de Natal para todos!

© Copyright 2010 - Libreria Editrice Vaticana

[mensagem enviada por Pedro Aguiar Pinto]

Natal da Texto Editores

Natal da Direcção Distrital de Viseu do SPRC

Caro(a) Colega


A Direcção Distrital de Viseu do SPRC . FENPROF

deseja-lhe um BOM Natal.

Em 2011, continuaremos a luta por uma política socialmente justa,
em defesa dos direitos dos professores e de uma escola pública, gratuita e de qualidade para todos,
pelo emprego com direitos, contra a pobreza e a exclusão, por uma justa distribuição da riqueza.


A Direcção Distrital de Viseu
do SPRC.FENPROF

2010-12-24

Natividade, William Congdon (1912-1998)

Para nós, Deus não é uma hipótese distante, não é um desconhecido que se retirou depois do "big-bang". Deus mostrou-se em Jesus Cristo. No rosto de Jesus Cristo vemos o rosto de Deus. nas suas palavras, ouvimos o próprio Deus a falar connosco.

Bento XVI

Natal da Brontë librería

Le deseamos Salud, Felices Fiestas y Próspero Año Nuevo


Brontë librería

Ana y Federico

Natal dos Barões da Sé

Natal da Graça e do Jerónimo

Natal da Poetria

Sonhar sempre, para além da injustiça, da catástrofe e do desespero, eis a suprema urgência!


Que o sonho e a poesia tragam luz e humanidade a este Natal e que o ano de 2011 inaugure o fim de todos os cansaços e tristezas.

Estes são os nossos votos mais ardentes para todos os que nos têm acompanhado ao longo do caminho árduo que vamos abrindo com estrelas, e a quem dedicamos o poema de Miguel Torga que enviamos em anexo.

POETRIA

Último Natal

Menino Jesus,que nasces


Quando eu morro,

E trazes a paz

Que não levo,

O poema que te devo

Desde que te aninhei

No entendimento,

E nunca te paguei

A contento

Da devoção,

Mal entoado,

Aqui te fica mais uma vez

Aos pés,

Como um tição

Apagado,

Sem calor que os aqueça.

Com ele me desobrigo e desengano:

És divino, e eu sou humano,

Não há poesia em mim que te mereça.

Natal da Aida

Natal de Carlos Almeida

«Que neste Natal, sintas toda a alegria necessária para seres feliz a cada instante, que neste Natal todas as tuas vontades, sonhos e desejos, sejam realizados. Que tenhas uma noite de paz, que tenhas boas festas com as pessoas que estão sempre ao teu lado, que encontres razões para continuar a viver, sorrir e fazer amigos, que neste tempo de paz possas receber de cada pessoa o amor que elas te oferecem. Boas festas, com muito ânimo e muita alegria e que se torne realidade os sonhos que desejas alcançar.»

Desejo que o espírito de Natal inunda todos nós nesta época e se propague ao longo de todo o ano 2011.
Partilho este vídeo, considerado por muitos o melhor vídeo do ano, que conta uma história… a evolução natural de contar o Natal. História do Natal Digital. Mudam-se os tempos, mudam-se os hábitos, mas o espírito do Natal permanece o mesmo...
http://www.youtube.com/watch?v=tgtnNc1Zplc


Um Bom Ano 2011!
Um Grande Abraço e Boas Festas!
Carlos Almeida

"Natal", por João César das Neves

DESTAK
22
12
2010 17.53H

João César das Neves
naohaalmocosgratis@fcee.ucp.pt

A crise era séria, profunda, duradoura. Herodes, fascinado pelas obras públicas, oprimia o país com impostos. Depois do embelezamento grandioso do Templo, vieram as fortalezas, Masada e Herodium, e as novas cidades Cesareia Maritima e Mamre. A dívida externa crescia e o Império Romano ameaçava com austeridade ou intervenção directa de um Procurador. O povo, sucessivamente enganado por gerações de dirigentes, já não acreditava em nada. Israel sentia-se confuso e desorientado.

Pior, estava desanimado, deprimido, não via saída.Foi então que «o povo que andava nas trevas viu uma grande luz; habitavam numa terra de sombras, mas uma luz brilhou sobre eles» (Is 9, 1). A solução veio do Alto, inesperada, explosiva, desconcertante, ultrapassando infinitamente o problema do momento. Não surgiu na capital, no palácio, na monarquia, mas num cantinho obscuro, um estábulo com uma manjedoura a servir de berço. Foi anunciada nos céus mas só os que estavam calados puderam ouvir.

A nossa crise é séria, profunda, duradoura. Mas acontece depois daquele nascimento. Acontece depois de estarmos salvos. O Senhor já veio e ficou connosco. Neste Natal não temos de esperar por Ele. Ele é que está à nossa espera. A ver se desta vez ouvimos finalmente o que então se disse no céu: «Não temais, pois anuncio-vos uma grande alegria, que o será para todo o povo: Hoje, na cidade de David, nasceu-vos um Salvador, que é o Messias Senhor» (Lc 2, 10-11). Hoje como então, a solução dos nossos problemas não está na capital, no palácio, mas no estábulo iluminado.

Natal da Elsa Anselmo

Assunto: xi coração


esta é para ti Tim:

.... Repicam sinos, com fervor, nos campanários,

alvoroçados com notícia que os seduz;

gritam aos povos e aos recantos solitários:

Nasceu Jesus! Nasceu Jesus! Nasceu Jesus!" feliz natal para ti e para os teus

Natal das Areias do Tempo

A Areias do Tempo deseja BOAS FESTAS a todos os seus leitores, amigos e colaboradores.


Festeje o livro através das nossas edições!

Para que a Cultura e a Literatura Portuguesas não esmoreçam.

Poderá, ainda, adquiri-los através de areiasdotempo@gmail.com (Areias do Tempo, apartado 10333, 3031- 601 COIMBRA) e da distribuidora minervacoimbra@gmail.com (Minerva, Rua de Macau, 52, 3030 – 059 COIMBRA)

Natal das Publicações Maitreya

A todos, a nossa saudação.


Caros Amigos,

Neste Natal saudamos particularmente cada um de vós, desejando que a Luz, a Paz e a Alegria sejam uma constante nas vossas vidas.

Não podemos deixar de referir e agradecer a generosidade de autores que a nós se dirigem solicitando a edição das suas obras, tendo em mente apenas a partilha da sua Sabedoria, nada querendo em troca.

Uma palavra de agradecimento a todos os que ao longo de mais um ano vieram até nós em busca de mais um livro, ou apenas de uma palavra. É com muito carinho que a todos recebemos.

Não podemos também deixar de manifestar a nossa gratidão profunda a todos os que de algum modo têm colaborado nas mais diversas tarefas com a Publicações Maitreya. Que desçam sobre vós todas as Bençãos dos Céus.

BOAS FESTAS! FELIZ 2011!

23 de Dezembro, 2010

http://www.publicacoesmaitreya.pt/

Para entrar em contacto com a Publicações Maitreya,
sugerimos que o faça para: webmaster@publicacoesmaitreya.pt

Natal de António Amador

“Aprenda com o ontem,

viva com o hoje,
tenha esperança no amanhã.
O importante é não parar de questionar.”

Albert Einstein

Felicidade, paz e harmonia
são os votos que faço no decorrer de um alegre Natal
e no limiar de um Ano Novo repleto de esperanças ...

António Amador

Natal de José António Esteves

Natal da Chip7

Natal de Jerónimo Costa

2010-12-23

Natal de L' Arengario Studio Bibliografico

I come among the peoples like a shadow.
I sit down by each man's side.

None sees me, but they look on one another,
And know that I am there.

My silence is like the silence of the tide
That buries the playground of children...

I am more terrible than armies,
I am more feared than the cannon.

Kings and chancellors give commands;
I give no command to any;

I am first and last to be felt of the living.
I am Hunger

(Robert Laurence Binyon, from «Hunger», 1921)

---

Io scendo fra la gente come un'ombra,
Io a ciascuno siedo accanto

Nessuno mi vede, ma tutti si guardano in faccia,
E sanno che io sono lì.

Il mio silenzio è come il silenzio della marea
Che sommerge il campo di gioco dei bimbi...

Io sono più tremendo degli eserciti,
Io sono più temuto del cannone.

Re e ministri danno ordini;
lo non dò ordini a nessuno;

Io sono il primo e l'ultimo sentire dei viventi
Sono la Fame.

(Robert Laurence Binyon, da «La fame», 1921)

Merry Christmas, so that we don't forget
Buon Natale per non dimenticare

Paolo & Bruno Tonini

*********************************
L'ARENGARIO STUDIO BIBLIOGRAFICO
Dott. Paolo Tonini e Bruno Tonini
Via Pratolungo 192
25064 Gussago (BS) - ITALIA
Member of ALAI-LILA
Iscritto all'Albo dei Consulenti
Tecnici del Tribunale di Brescia
Tel. ++39 030 252 2472
Fax ++39 030 252 2458
e-mail staff@arengario.it
WebSite http://www.arengario.it
Libri antichi e moderni di pregio
*********************************

2010-12-07

nas veias a esperança

pensa e diz o que sentes sempre.
não desistas nunca. o íntimo peito
será esteio acção explodindo nas veias.

2010-12-05

Intervenção de Jerónimo Costa na apresentação do livro de Manuel de Lima Bastos "De novo à sombra de Mestre Aquilino"


Sernancelhe aprofunda e alimenta incansavelmente o seu areópago das letras. Raro é o mês em que a equipa autárquica não nos reserve, de modo ecléctico, iniciativas de aturado esmero, alcance e valor cultural. Irradiando uma especial luz sobre um dos seus maiores vultos, a edilidade, pela mão do seu timoneiro José Mário Cardoso, tem feito de Aquilino Ribeiro e da sua celebrada obra, motivo bastante para constante louvor. Desta feita, as portas do Auditório Municipal abriram-se de par em par porque


Manuel de Lima Bastos está de novo metido na liça dos livros.

Convoca o mostajeiro da Beira Alta para, num assomo projectivo, nos comunicar que isto são mostajos, quais centelhas mortiças, nos frios do Inverno. Certo é que desde que o revelou [Outubro de 2009], o prelo já viu um livrinho de poemas, esbugalhando-se agora para o segundo volume da trilogia devotada a Mestre Aquilino. Portanto o mostajeiro da Feira, rijo de porte e de fruto não pode, com desculpa tão safada, desobrigar-se de continuar na senda de Aquilino, revelando-o.

Mas quem é Manuel de Lima Bastos? Sendo advogado, também é lícito que ampare a sua causa e lendo-lhe o Itinerário da vida de um Homem Comum, roteiro que muito recomendo, podemos aí colher retrato de corpo inteiro, onde, de alto a baixo, diz de si ter a presunção de pensar que nunca calcou o fraco para servir o forte, humilhou o desvalido para agradar ao poderoso ou sacrificou a consciência em troca de pecúnia. Parece pouco? Aqui mora quase tudo o que poderíamos desejar para fruirmos uns lampejos do Éden desfeito. Dadas as primeiras tintas na tela, tentarei não deslustrar o autor, nem afadigar o auditório.

Conheço o Dr. Lima Bastos por entre mim e ele se ter intrometido um dos maiores vultos da língua e da literatura portuguesa. Ambos labutamos na Confraria Aquiliniana, enquanto o seu espírito foi confrádico. Ambos, entre muitos outros, ajudamos a levar Aquilino ao Panteão Nacional. Já por essa altura – e até um pouco antes –, ciente das virtudes da mesa e do cardápio da Beira, Lima Bastos, uma e outra vez, ora em jornais, ora nas duas primeiras e únicas Letras Aquilinianas publicadas, se acomodou “à mesa com Aquilino Ribeiro”, fruto de intensa degustação que foi fazendo dos livros do escritor, lidos uma e outra vez, até lhe decorar os segredos esparsos por entre as páginas que lhe espicaçaram o olfacto e o gosto que foi debitando em crónicas à volta dos opíparos sabores.

O êxito das croniquetas, como gosta de lhes chamar, o gosto pelas comedorias e o muito que havia para divulgar abriram, em boa hora, o caminho ao manjar dos livros. Primeiro À Sombra de Mestre Aquilino, cuja edição e as saborosas histórias à volta da publicação, que agora se conhecem, haveriam de levar o opúsculo ao veredicto da Ordem dos Advogados que, por lhe reconhecer mérito bastante, o galardoou com o Prémio Literário com que anualmente, havendo valimento, destaca um dos seus. Se abriu mão dos proventos da edição, a safra do reconhecimento não lhe rendeu menor pecúlio, cimentando amizades dispersas e angariando novas – e de vulto – onde fica bem nomear, entre outras, as do Engenheiro Aquilino Ribeiro Machado e do Bispo Emérito de Setúbal, D. Manuel Martins, amigos que, pelo que se lhes conhece, todos gostariam de ter por perto.

Iremos então ao livrinho De Novo à Sombra de Mestre Aquilino, molhando a pena [electrónica] no tinteiro do afecto, como Lima Bastos faz questão de anunciar na dedicatória familiar que antecede o prefácio. E se um livro vive dos seus leitores, bem podemos afiançar-lhe que o que supõe na contabilidade de quem o lê, exactamente pelas razões inversas do que evoca: as de não aspirar ser mais que um amador ou um diletante da escrita, são, por mérito seu e de Mestre Aquilino, apesar dos tempos de penúria, larguíssimas centenas que também desmentem um qualquer jogo de ilusões que os deuses encaminham para os que, por deslumbramento, destinam perder. Com mais de meio século de convívio literário com o inventor das Terras do Demo, Lima Bastos traça-nos o itinerário por cinco concelhos, fortemente impregnados de saborosas histórias, imortalizadas na pena do escritor e aqui revividas e recriadas por alguém que, de as saber contar a preceito, mais se aparenta um companheiro do Mestre, metido nas suas tertúlias, do que um comensal impenitente da sua obra.

Por volta das trinta e cinco páginas e ainda mal joeiradas vão as Terras do Demo e já Lima Bastos se apreça a estender-nos o cardápio ensopado em champanhe, que há-de ser bruto, sendo afável no preço e ostentando no frontispício o busto e as terras do criador que segundo o próprio, não teriam visto sandália de apóstolo. Estamos no périplo que começa em Vila Nova de Paiva e o autor, como cicerone avisado e conhecedor, vai-nos descrevendo, sempre com o olhar crítico de quem não desculpa o abandono ou a incúria, os restos de património que ainda moram e resistem por aqui. Moinho de Pisões e a incompreensível peregrinação da sua cruz visigótica; o homem que, por Quintela, prometeu uma vaca a Santo Antão e lhe pagou com um galo, não esquecendo o mordomo da capela do santo, obstinado conversador e assertivo perguntador, de resposta pronta, dirigindo-se ao Santo: - Santo Antão, bebes? - Não bebes, pagas!

O elogio das bibliotecas, salientando as de Moimenta da Beira e Sernancelhe, referindo que é sempre com curiosidade alvoroçada que percorre(o) as estantes onde se perfilam os livros, com as suas lombadas ao alto, como se passasse revista a amigos que há muito não vê(ejo) mas que sabe onde os pode encontrar disponíveis, concluindo que ao entrar num destes santuários, não é difícil reparar que se sente mais espiritualidade do que em muitos templos. Em suma, para Lima Bastos os livros são como soldados que promovem a paz e a concórdia a par do conhecimento e da reflexão. E na senda dos livros seguimos para uma das suas mais ricas oficinas: a casa de Soutosa. Terra e casa a que Aquilino devotou tempo e afecto que aspergiu com parcimónia pelas suas obras. Aqui é ponto de paragem demorada. O autor de À Sombra de Aquilino, de tão conhecedor da obra do Mestre, ficciona nacos de prosa, tão ao jeito do escritor, como se lhe adivinhasse os pensamentos. Cito um deles: E de lá para cá e de cá para lá, dando voltas ao pátio para ver se lhe saltava à cabeça a palavra idónea que lhe andava a fazer negaças, recolhia às pressas ao seu escritório quando a sarabanda de um ventinho ponteiro já penetrava as defesas do pátio fazendo revolutear as folhas caídas e lhe provocava o primeiro arrepio.

Este é também um livro repositório da nossa história recente, recuperando aqui e ali memórias compreensivas do que foi a duradoura luta contra o Estado Novo; trabalho sociológico onde são visíveis as marcas de uma justiça indolente e comprometida com o litigante errado. Voltemos ao património e ao seu recorrente abandono. Estamos em Caria, temos à vista, como refere Lima Bastos, as miseráveis ruínas do Mosteiro de S. Francisco mas não é apenas a ruína do património, perante nós exposto (p. 81 e seguintes), segue o retrato de um Portugal, ainda e sempre, ocupado em fazer do mais fraco o bombo da festa em qualquer romaria. Vem isto a propósito de Francisco Rodrigues da Silveira, soldado e proprietário da desanexada Quinta do Ribeiro, outrora parte e agora vizinha do Mosteiro de Caria, cuja história de prisões arbitrárias e perseguição infame e pertinaz, Lima Bastos recolhe directamente da pena do Mestre e constitui um libelo fundado contra uma tal Casa da Relação do Porto. Sobre as farpas e críticas certeiras, só o livro nos pode elucidar.

Estamos a meio da jornada; passemos por Alvite, que se faz tarde e daí recolho, a propósito do então temperamento picaresco das gentes do lugar, um dito atribuído por Aquilino ao seu próprio pai e que hoje, tanto ou mais do que ontem, volta a ter carta de alforria garantida, podendo e devendo também ser remetido, com urgência ao governo e cito: Só há duas maneiras de não se ser pobre: ganhar muito ou gastar pouco. Arqueologia, Etnologia, Antropologia, História, são matérias que por aqui abundam e ilustram qualquer leitor que se arvore companheiro de Lima Bastos, calcorreando as muitas obras do Mestre. Mesmo antes de nos acolhermos a terras de Aguiar, vale a pena contrapor um parêntesis para uma vez mais meter na ordem o Dr. Lima Bastos, dizendo-lhe que são infundadas as suspeitas de não merecer honras próprias de exímio divulgador do legado de um dos melhores artífices e dos mais influentes escritores de língua portuguesa. Fazer ciência é insuficiente se não houver quem a possa e saiba divulgar. Muito antes das crónicas e dos livros, Lima Bastos peregrinou pela obra do Mestre para, apanhando-lhe o jeito, ser já um dos seus ilustres divulgadores e referência obrigatória em qualquer bibliografia passiva que se queira honesta.

Por outras geografias, chegamos a Cabicanca e a mais uma das histórias saborosas que mora nos livros de Aquilino. Recuperá-la em Lima Bastos ou ir à procura dela no alfobre do Mestre, há-de ser tarefa do leitor. O frade das Dores, protagonista, a mando do Malhadinhas, do excêntrico grito à côa, dispersor de lobos na serrania, tem boa teoria sobre o que em matéria de brincadeira se passa de telhas abaixo; mas isso, só lendo o livro se compreende. Entretanto Lima Bastos inventaria mosteiros, renova projectos, dá vida a personagens esquecidas ou postas em sossego em quantas obras o Mestre escreveu e dos escaparates ainda andam arredias. Dá voltas com o Elucidário em torno dos étimos onde mora uma identidade que nos leva pelas origens do que fomos (p.100), tudo pontilhado de histórias que prendem a nossa atenção, muito para além do tempo, que psicólogos avisados nos confidenciam não ser possível.

Sobre o Convento e Frei Joaquim de Sta Rosa Viterbo, que é patrono da Escola Secundária do Sátão, cito Georgino Marques: O convento de Santo Cristo da Fraga, este em particular, encontra-se hoje na mais indigna ruína, esventrado, vandalizado pelos homens e pelo tempo, transformado em verdadeira "terra de ninguém". Como podem homens e poderes desta terra esconder tamanha iniquidade e lamentável desprezo a que foi votado este monumento, por trás de cujas pedras, bem vivas, paira uma outra riqueza humana e cultural que teima em não desaparecer. Perante os restos mortais deste laborioso humanista, sepultado num qualquer sítio onde apenas se vê silvas e entulho, curvo-me com o maior sentido de respeito e gratidão pela grandeza deste Homem e dos que o acompanharam e contenho a minha revolta pela incúria de todos aqueles que voluntária ou involuntariamente se possam sentir responsabilizados por tamanha blasfémia. Portanto não está Lima Bastos só, na denúncia, restando acrescentar que o frade repousa no silvedo do convento, desde 13 de Fevereiro de 1822, e a sua obra (2 tomos do Elucidário), por efeito da maravilha da técnica, está acessível a qualquer um, em formato digital, no sítio da Biblioteca Nacional.

Vale também a pena recordar, pela raridade e pelo desuso dos princípios, o que Aquilino Ribeiro, na sua Geografia Sentimental afirma sobre o franciscano: Frei Joaquim de Santa Rosa de Viterbo era homem íntegro e de costumes invulneráveis à maledicência. Por isso não compreendia a torpeza do seu semelhante e erguia a sua voz contra abusos e prepotência, da cátedra mansíssima do seu glossário. E, a propósito do ELUCIDÁRIO, dizia o autor de O Malhadinhas: Quanto lhe devo, não o sei eu dizer. Que mais não seja o ELUCIDÁRIO, além de me abrir uma larga janela para o passado, explicou-me como um cicerone de museu a antiga província das Beiras.
A encerrar a viagem por Aguiar da Beira, mais uma história burlesca que reúne um santo e uma vaca. O nome do Santo? O santo mata vacas!

Por volta da página 131 e seguintes fez bem Lima Bastos corrigir as heresias de substância, semeadas na prosa de Luís de Oliveira Guimarães, fundamentalmente sobre a qualidade, variedade e abundância da mesa beiroa do escritor. A justificação é de antologia: Lima Bastos espreita o prefácio dispensado por Aquilino à obra de Luís Guimarães e, parecendo-lhe um telegrama, conclui pela distância entre a obra e o Mestre.
Sobre Manuel da Cruz Malpique de que Lima Bastos se socorre uma ou outra vez, referir apenas que tendo nascido em Nisa, deixou o nosso convívio em 6 de Setembro de 1992.

O livro De Novo à Sombra de Mestre Aquilino tem outras curiosidades como o bife à Leal, casado com umas fatias de presunto de Lamego e tantas outras, desde o encontro de Trotsky e Lenine no atelier de Leal da Câmara, até ao discorrer sobre as características do ventre Português.

A terminar este já longo périplo, o vaticínio de Lima Bastos sobre a obra do Mestre
Ficarão os seus livros como compêndios onde os vindouros poderão estudar a vida dos homens ao longo de tempos pretéritos mas dos quais sempre se evolará o suave perfume de eras cada vez menos reconhecíveis nestes dias em que se vai correndo atrás de coisa nenhuma es e perderam, quase de todo, os valores e as referências.

Lima Bastos encerra a sua obra com uma carta a Mestre Aquilino, mas isso são coisas íntimas que devem ficar entre o autor e os seus leitores, na certeza, porém, de que aí encontrarão, para além do requinte do enlevo filosófico, um texto do mais fino recorte aquiliniano, que bem poderia ter sido assinado pelo Mestre que muito poucos lhe notariam a diferença.

Por mim, que tive o ensejo e o gosto de lhe ler os pensamentos escritos em letra de forma, tomei por recompensa o tempo passado entre ambos.

Seguiremos para Viseu, Lamego, Paredes de Coura e Lisboa, lugares da geografia aquiliniana que rematam a trilogia anunciada. Ficamos à espera de os visitar, guiados pelo cicerone das letras que, à semelhança do Mestre, apoiado no condão da sua varinha mágica, nos constrói o enredo que só os grandes narradores de histórias conseguem edificar.

Sernancelhe, 27 de Novembro de 2010
Jerónimo Costa

2010-12-03

"El joven Murillo"

El joven Murillo


Índice
La personalidad artística del joven Murillo: del naturalismo a la apreciación del desamparo y la justicia social en la Sevilla de la época. Benito Navarrete Prieto
Juan del Castillo, maestro de Murillo. Enrique Valdivieso
Conjuntos desaparecidos y dispersos de Murillo: la serie para el Claustro Chico del convento de San Francisco de Sevilla. Ignacio Cano Rivero
La recepción de Murillo en Europa. Karin Hellwig
Usos y costumbres culinarios en la Sevilla de Murillo. Ana Sánchez-Lassa de los Santos
Murillo joven: aportación al conocimiento de su técnica. Mª del Valme Muñoz Rubio, Fuensanta de la Paz Calatrava

Catálogo

El Claustro Chico del convento Casa Grande de San Francisco. Odile Delenda
Cronología
1617-1656. Los años del joven Murillo. Deborah L. Roldán
Exposiciones
Bibliografía
English texts
Edita
Consejería de Cultura
Junta de Andalucía
2009
27x25 cm
Encuadernación en rústica con solapas. 590 páginas. Ilustraciones.

Edición en castellano e inglés
45 €
Pedir catálogo

2010-12-02

"forma breve"-7 e 3-"Voltar a ler", eis duas recentes propostas culturais da Universidade de Aveiro


Prossegue a Universidade de Aveiro em forma invejável. A publicação do grosso volume da revista forma breve, com mais de 400 páginas, vinda a lume pela sétima vez sob o tema "Homografias. Literatura e homoerotismo", bem como do volume 3/Voltar a ler dedicado a Aquilino Ribeiro é motivo da maior satisfação. Estão de parabéns os professores António Manuel Ferreira, Paulo Alexandre Pereira, Maria Eugénia Pereira e demais elementos da Comissão Científica pelo brilho das publicações que dignificam a instituição universitária.
Anteriormente, de 2003 a 2008, abordara forma breve temáticas como "O conto: teoria e análise", "O poema em prosa", "A fábula", "O fragmento", "Teatro mínimo" e "O conto em língua portuguesa". O número de 2009 contém colaboração sobre o tema central "Homografias. Literatura e homoerotismo" de Carlos de Miguel Mora, Anabela Barros Correia, Martim de Gouveia e Sousa, Anna M. Klobucka, Teresa Bagão, Lola Geraldes Xavier, Tiago Aires, João de Mancelos, Virgínia Maria Antunes de Jesus, Paulo Alexandre Pereira, Mónica Serpa Cabral, Érica Zingano, Isabel Cristina Rodrigues, António Manuel Ferreira, Horácio Costa, Ana Margarida Ramos e Maria Eugénia Pereira. Incluem-se ainda outros estudos e recensões.
Sucedendo a Tomaz de Figueiredo e a Augusto Abelaira, o nº de Voltar a ler sobre Aquilino Ribeiro traz o escritor para a ordem do dia, convocando um vasto conjunto de vozes, algumas delas reconhecidíssimas na jeira aquiliniana. Encerra o lindíssimo volume interessante post scriptum de Aquilino Ribeiro Machado. A ilustração da capa é de Susana Vasconcelos. Em breve, vamos voltar a ler Mário Sacramento.

2010-12-01

no primeiro de dezembro

a faca rompe as peias do mundo
afunda-se no sangue estrangeiro
e resgata de novo a bandeira…