2010-06-30
2010-06-29
2010-06-28
32.
súbita uma veia distende-se
e rebenta no último timpano
como se no azul do labirinto
houvesse luz e primavera.
e rebenta no último timpano
como se no azul do labirinto
houvesse luz e primavera.
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criação poética / o livro das fórmulas
2010-06-27
31.
que paz doméstica nesta sala
onde pequenos passos são asas
e voos dentro do poço
em que breve vejo abismo
e impossibilidade de vida até.
onde pequenos passos são asas
e voos dentro do poço
em que breve vejo abismo
e impossibilidade de vida até.
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criação poética / o livro das fórmulas
2010-06-25
2010-06-24
2010-06-23
2010-06-22
poema em dia de exame
um esticão de corda um golpe nas veias
o mar irrompendo dentro do corpo caído
como mola encostada à roupa incrustação
nasal ou perfurado tímpano rasante -
esta é a lição plural da sílaba da ponte
de palavras lavrante nos corais e nas conchas
refulgentes de luz e calor fundentes longe.
uma brasa arde no seio na esquina pélvica
um braço trabalha com os dedos a azáfama
do mar anuncia-se no vento na súbita vertente
das unhas duas lâminas crescem ardentes
esperando certamente a alegria do outono
os ritos agrícolas acontecendo nas vísceras
cristais líquidos explodindo rigorosos lexemas
abrindo-se ao poema como a terra às águas.
o mar irrompendo dentro do corpo caído
como mola encostada à roupa incrustação
nasal ou perfurado tímpano rasante -
esta é a lição plural da sílaba da ponte
de palavras lavrante nos corais e nas conchas
refulgentes de luz e calor fundentes longe.
uma brasa arde no seio na esquina pélvica
um braço trabalha com os dedos a azáfama
do mar anuncia-se no vento na súbita vertente
das unhas duas lâminas crescem ardentes
esperando certamente a alegria do outono
os ritos agrícolas acontecendo nas vísceras
cristais líquidos explodindo rigorosos lexemas
abrindo-se ao poema como a terra às águas.
2010-06-21
30.
na espera cumpro o silêncio
o acto longo suspenso mesmo
que me transporta do corpo
ao lugar outro que não existe.
o acto longo suspenso mesmo
que me transporta do corpo
ao lugar outro que não existe.
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2010-06-20
2010-06-19
29.
da consciência cinzenta
brota um girassol
verde-ametista quente
como se um espectro
íntimo tivesse assim...
brota um girassol
verde-ametista quente
como se um espectro
íntimo tivesse assim...
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criação poética / o livro das fórmulas
2010-06-18
2010-06-17
2010-06-16
2010-06-15
2010-06-14
28.
que importa o caminho
via longa sem passado
se dentro de ti escondes
o próximo passo a ser dado.
via longa sem passado
se dentro de ti escondes
o próximo passo a ser dado.
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criação poética / o livro das fórmulas
2010-06-13
2010-06-12
2010-06-11
7.
mordente uma cobra
um rosto rompe
preso aos líquenes
verde efígie dependurada
no baloiço dos braços mortos.
um rosto rompe
preso aos líquenes
verde efígie dependurada
no baloiço dos braços mortos.
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2010-06-10
2010-06-09
2010-06-08
2010-06-07
2010-06-05
2010-06-04
2010-06-03
2010-06-02
2010-06-01
"Góia" de Voznessenski
“Sou Góia!
Arrancou-me o inimigo as furadas órbitas em voo para o campo nu.
Sou horror.
Sou grito.
Da guerra, do carvão das cidades na neve do ano quarenta e um.
Sou fome.
Sou garganta
De mulher enforcada cujo corpo, como um sino, tangia na praça nua...
Sou Góia! Ó cachos
Da represália! Em descarga voo para o ocidente, eu cinza de inesperado visitante!/
E na memória do céu sólidas estrelas cravo.
Como cravos.
Sou Góia.”
[tradução de José Sampaio Marinho]
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homenagens: Voznessenski
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