sei bem que o sono vem lentamente
cobrindo a noite do tempo antigo
e que os animais afagam o curro
como se nova arquitectura viesse
do sopro quente da lama perto.
uma clara mão envolve-te fundo
e dentro do colchão ouves lento
as primeiras chuvas e os ventos
que rompem as trevas de dor.
uma porta no longínquo quintal
bate contra o ladrar dos cães
e um primeiro pegureiro rápido
afunda os passos no passado
como nocturno rio declinando.
os silêncios cavam as palavras
e um prego esfrega a gengiva
enferrujando o marfim breve
e a raiz do metal do medo...
uma janela bate no coração.
2009-11-01
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