Desaparecido
Sempre que leio nos jornais:
«De casa de seus pais desapar’ceu...»
Embora sejam outros os sinais,
Suponho sempre que sou eu.
Eu, verdadeiramente jovem,
Que por caminhos meus e naturais,
Do meu veleiro, que ora os outros movem,
Pudesse ser o próprio arrais.
Eu, que tentasse errado norte;
Vencido, embora, por contrário vento,
Mas desprezasse, consciente e forte,
O porto do arrependimento.
Eu, que pudesse, enfim, ser eu!
- Livre o instinto, em vez de coagido.
«De casa de seus pais desapar’ceu...»
Eu, o feliz desaparecido!
Carlos Queiroz
Desaparecido e Outros Poemas
Lisboa, Livraria Bertrand, 1950
1 comentário:
Olá, eu gostava mesmo que me respondessem e que me dessem um endereço de e-mail, e queria saber se a Sílvia já vos mostrou as fotos que eu tirei, e já agora queria que me facultassem o endereço de e-mail da Sílvia. Muito boa noite.
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