2007-06-22

lume geográfico

a princípio o mar é uma vela
aquecendo a pele a flor dos ossos
e nesse momento nada mais és
do que uma flor peregrina vogando
desde longes sem princípio ou fim.

depois vem o cansaço a inércia
cinzenta da monástica acédia
como a chuva corpo declinando
matéria rolando desamparada
caindo a pique em poço fundo.

agora o tempo vem sem usura
lustral o corpo balança ladeando
corpo contra corpo aberto sendo
no chão germinando dentro da terra
anelante de pressão sobre a carne.

afagando gea recebe a semente
e a sede então contigo sendo.

2007-06-21

Novos essenciais



Jornal de Letras, Artes e Ideias , de 6 de Junho


2007-06-20

"Cariocas e ostras", por Marcia Frazão

Quando as primeiras palavras brotaram na minha boca, o "s" saiu aconchegado e embrulhado dentro de uma ostra; um "s" redondo e chiado como as ondas de Copacabana. A princípio não me dei conta do clausuro aquático de uma letra e pensei que todos nós, brasileiros, éramos filhos de Afrodite e Posídon....
O tempo foi passando dependurado no bonde que ligava a cidade ao Flamengo. Vez por outra era era cortado por um negro táxi guiado por Manuéis ou Joaquins. Táxis que se pegava no ponto e que tictavam como relógios escondidos bem atrás do taxímetro... O Rio era então uma enorme ostra que arredondava os "s" e badalava sinos nos bondes e tictava relógios nos taxímetros...
Nesse tempo não havia tempo para sermos violentos e inseguros. A violência não combinava com os ruídos, e vamos convir que não se pode ser inseguro dentro do aconchego das ostras. E mesmo quando o mesmo ultrapassava os trilhos dos bondes e assumia a face do improvável, mesmo assim o inesperado, por mais bizarro que fosse, travestia-se de romance. E foi assim, entre o desvio do mesmo e os travestimentos, que me deparei com a primeira violência : A Fera da Penha! Mas as ostras teimam em transformar as impurezas em pérolas, e a fera, por acaso ou sina, transformou-se em romance. A professora feiosa, leitora de fotonovelas e romances, confundiu-se entre a piedade e o ódio. A vítima, uma menina de cachinhos negros, num piscar de olhos virou santa.
Depois, ávida pelos dramas e santificações, vi Mineirinho, um bandido baixinho e simpático, vestir a roupa de Robin Hood e se juntar ao bando dos desvalidos. Sucedeu-lhe Cara de Cavalo, o centauro. Naquela época éramos ainda amantes do belo e costumávamos nos divertir no carnaval. Costurávamos estrelas no céu e os barracões tinham tetos de estrelas. Dizíamos bom-dia aos vizinhos e desconhecidos e nunca esquecíamos os nomes dos porteiros. Éramos pérolas polidas pela polidez das virtudes. Não éramos ingênuos. Não, foi muito depois que a generosidade travestiu-se em ingenuidade. Éramos gentis e redondos como as pérolas. Tínhamos o dom de transmutar o feio e torná-lo romance.
O tempo passou e pensamos que ele correu depressa demais. E começamos a correr como loucos. Esquecemos o bom-dia e os romances. Caímos na armadilha.
Mas... o Rio continua lindo, esperando pelos romances. E aos pessimistas ele só diz: só as pérolas conhecem o segredo da transmutação do impuro!
Marcia Frazão

obs: se vc gostou do texto (tá legal, é chantagem mesmo) dá uma lidinha em meu novo livro, O Armário da Bruxa, editora Planeta.

2007-06-19

FIDES et CVLTVRA

FIDES ET CVLTVRA

A Embaixada do Brasil em Lisboa e a Associação “Fides et Cultura”

têm a honra de convidar V. Exa. para o recital do organista brasileiro

José Luís de Aquino,

que se realizará no dia 21 de Junho, às 21H00,

na Sé Patriarcal de Lisboa.

2007-06-18

"Contrato Psicológico nas Relações Laborais" - conferência de José Maria Peiro


Noitada pela VIDA




"Colón desde Andalucía (1492-1505)"


Catálogo de la exposición
Índice: Cristóbal Colón, luces y sombras. Consuelo VarelaColón en Andalucía:Sevilla a finales del cuatrocientos. Antonio Collantes de Terán Sánchez
Granada en tiempos de Colón. Apunte histórico. Manuel Barrios Aguilera
La ciudad de Córdoba en tiempos de Cristóbal Colón. Emilio CabreraHuelva 1492. Manuel González Jiménez
Las familias de Colón: Retorno a los orígenes: siendo yo nacido en Génova...
Gabriela Airaldi
La Familia portuguesa. Juan Gil
Cartografía colombina. Ilaria Luzzana CaraciCristóbal Colón. Ciencia y técnica en el descubrimiento de América. Mª del Carmen López Calderón
Los viajes menores: la ruptura de un monopolio (1499-1509). Salvador Bernabéu Alberi
Cómo nació la Casa de la Contratación. István Szászdi León-Borja
El Asia que Colón no encontró. Isabel SolerLos autógrafos colombinos en el Archivo de Indias. María Isabel Simó RodríguezCatálogo. Documentos y objetos expuestos
Editan Junta de Andalucía
Ayuntamiento de Sevilla
Ministerio de Cultura, 2006
28x24, 270 páginas
Ilustraciones en color.
Encuadernación en rústica
35.0 euros

2007-06-17

"Ascendências Visienses. Ensaio genealógico sobre a nobreza de Viseu (Séculos XIV a XVII)", por Manuel Abranches de Soveral


Eis um devotado tributo, em 2 volumes perfazendo pouco menos de 1000 páginas, ao conhecimento das famílias da Beira e de Viseu. Mais saboroso ainda, porque inclui, nas principais fontes, Os Almeidas do Almotacé-mor e Gente Nobre de Besteiros, títulos de Fernando de Gouveia e Sousa, nosso pai. Fica aqui esta homenagem pública, emotiva, aliada à objectividade do entendimento da genealogia como uma ciência mostrativa do curso societário.


2007-06-13

"Aquilino - Um regicida no Panteão Nacional", por Mendo Castro Henriques


Segundo resolução da Assembleia da República, aprovada em 20 de Março de 2007, o corpo de Aquilino Ribeiro vai ser colocado no “Panteão Nacional”.
COLOCAR UM REGICIDA ao lado de Amália Rodrigues, João de Deus, Almeida Garrett, Guerra Junqueiro, e dos Presidentes da República Manuel de Arriaga, Teófilo Braga, Sidónio Pais e Óscar Carmona é um grande erro porque o Panteão Nacional, como escreveu MR, “não se fez para os génios da literatura mas para os que conjugaram a genialidade com o bem-comum, a res-publica”. Para dizer a verdade, é uma manobra preventiva perante o centenário do regicídio que se avizinha em 2008 e que merece a reprovação de 78,2 % dos Portugueses.
Aquilino Ribeiro poderá ter sido um grande escritor; isso é uma questão de gosto e exige um debate entre especialistas saber se ele foi um génio literário ou um escritor talentoso. Mas Aquilino foi decerto um activista na conspiração para assassinar um Chefe de Estado de Portugal e o seu filho, pelo que não cumpre a segunda condição exigida aos “moradores do Panteão”. Todas as fontes comprovam que foi um anarquista envolvido nas conspirações de 1907 e 1908 para a mudança de regime; é vox populi, e sobretudo ele próprio o admite - ao mesmo tempo que omite outros grandes pormenores - nas suas memórias Um Escritor confessa-se.
Um Escritor Confessa-se - Memórias 1, é uma obra estranha e muito desigual nas suas 406 páginas. Aquilino morreu em Maio de 1963. Composto e impresso com data de 1972, o livro é brochado em 1973 mas só é posto à venda após Abril de 1974. Em capítulos sucessivos vemos o escritor talentoso que nunca deixou de ser um camponês astuto, a enredar-se em meias verdades sobre as suas andanças com os regicidas. Como diz José Gomes Ferreira, em prefácio primorosamente redigido mas ideologicamente cúmplice, Aquilino sabe “mentir a verdade”. “Mentir a verdade!” é uma literatura de justificação. E que vem tarde. E que de nada se desculpa. E com uma frieza brutal para com os seus antigos correligionários regicidas como Buíça e Costa e mesmo ódio e malícia para outros como José Nunes e Virgílio de Sá, personagens menores já mortos e esfumados para todos, mais de cinquenta anos após o 1 de Fevereiro mas que ainda eram esqueletos no sótão da memória de Aquilino.
No essencial, Aquilino era o rapaz das serras de Sernancelhe e com o 2º ano de Teologia, de bom latim e educado por jesuítas radicais, mas com escassa experiência que abandona o Seminário de Beja em 1903 - e fixa-se em Lisboa, para conhecer mundo. Após uma curta estadia volta a Soutosa em 1904 mas regressa em Lisboa em 1906, para conviver com a mole humana dos pequenos burgueses revolucionários da capital que almoçam “meia desfeita” nas tascas, conversam até altas horas nos cafés, e conspiram, com variados graus de responsabilidade, sobre o fim do “estado de coisas”. Entre esta gente talvez de ideais generosos mas de actuação brutal - o bas-fonds da conspiração e de modo algum os “meios literários e revolucionários” de que falam as biografias oficiosas de Aquilino - está Alfredo Luís da Costa e Manuel Buíça; do primeiro torna-se amigo íntimo e do segundo é “compadre”, como este confessa nas suas derradeiras disposições da madrugada do 1 de Fevereiro.
Entre os múltiplos biscates desta fase da sua vida, Aquilino é uma pena mercenária. Enfeudado à acção anarquista, dá-se a redigir, com nomes falsos, traduções de publicações intervencionistas e folhetins escandalosos. Ao que ele próprio dá a perceber em Um Escritor Confessa-se, colaborou com um publicista (que foi depois Ministro da República) num romance intitulado A Filha do Jardineiro, que, no género de O Marquês da Bacalhoa, difamava o Rei D. Carlos. Essa obra, de que saíram apenas três fascículos, editados e financiados por Alfredo Costa - o futuro regicida -, apareceu sob o pseudónimo de Miriel Mirra. Ao contrário do que dizem as biografias oficiosas, o primeiro livro de Aquilino não é Jardim das Tormentas, de 1913 mas sim A Filha do Jardineiro, de 1907. É também possível que Aquilino tenha ajudado a redigir O Marquês da Bacalhoa porque as obras seguintes de António de Albuquerque não têm o polimento literário desse livro escandaloso.
Atrás dos folhetins subversivos surgem outros contactos, sendo iniciado na Carbonária e convidado para a Loja Montanha, após falar com o bibliotecário Luz de Almeida. Por detrás dos contactos, adivinham-se muitos conciliábulos e compromissos e, uma vez mais, a eterna “opinionite” da pequena burguesia, o complexo denunciado por Flaubert em Bouvard et Pécuchet. Aquilino, como escreveu Gomes Ferreira, sabe “mentir a verdade”.
A sua filiação nos grupos “intervencionistas” – assim se chamavam os anarquistas que colaboravam com os republicanos para o derrube do regime - leva-o a albergar em casa caixotes de bombas explosivas de fabrico artesanal a serem preparadas pelo dr. Gonçalves Lopes e pelo prof. Rebordão para uma conjura contra o regime. Evocando ainda depoimentos, vimos eles surgirem nas pró¬prias palavras do intervencionista Aquilino Ribeiro, ao relatar o caso do Carrião: «Tinha (Aquilino) até cooperado na organização do ataque aos quartéis e às forças da [Polícia] Municipal, indo com Alfredo Costa e outros alugar quartos em vários pontos estratégicos, de onde projectávamos dinamitar essa legião fiel ao regime monarchico.» (.) Manipulador de bombas para a conspiração anarquista-republicana em marcha desde o Outono de 1907, e que terá os pontos altos na intentona do 28 de Janeiro e no regicídio de 1 de Fevereiro, Aquilino é preso em flagrante delito no seu quarto da Rua do Carrião em 28 de Novembro de 1907, após a explosão desajeitada dos explosivos provocada por um dos cúmplices. A explosão de engenhos atingiu mortalmente um deles, que esperavam uma visita de inspecção ao fabrico de explosivos, a ser feita por António José de Almeida, encarregado da ligação entre o PRP e os grupos anarquistas.
Aquilino escapa ileso e vai preso para a Esquadra do Caminho Novo. O inevitável Joshua Benoliel, esse “espião da história”, aparece para lhe tirar a fotografia em flagrante, mas Aquilino repele-o com um abanão. Os seus correligionários elaboram planos para lhe facilitar a fuga. Segundo o chefe intervencionista José do Vale, descrevendo a fuga de Aquilino, Alfredo Costa estava disposto a dinamitar com outros as forças da Munici¬pal, disposto ainda com outros, e em convívio sempre com os intervencionistas, a operar pela força o acto de evasão dos envolvido nas explosões de Novembro. Afinal, após sessenta dias de detenção, Aquilino diz que conseguiu desmontar a fechadura da porta da prisão com engenho e paciência, e evadir-se em 12 de Janeiro de 1908. A segurança prisional nunca foi o forte da monarquia liberal.
Após evadir-se da prisão é acolhido em casa de umas senhoras amigas do jornalista Meira e Sousa, director de O Dia e cúmplice do regicídio. Aí se mantém a par da evolução da conspiração do regicídio. É voz corrente que nela participou e segundo numerosas fontes conversou com Alfredo Costa na manhã do regicídio. Segundo um agente duplo ao serviço dos juízes Veiga e Alves Ferreira, Aquilino Ribeiro foi visto no Largo do Corpo Santo, com um revólver, uns minutos antes do atentado, como fazendo parte de um grupo que se preparava para o assalto à carruagem com D. Carlos que por ali passaria a caminho das Necessidades, caso falhasse o atentado no Terreiro do Paço. Ao ser reconhecido por um polícia, fugiu. Segundo outras fontes, esteve no Terreiro do Paço com um revólver. Divagando por Lisboa após o regicídio foge em data incerta para Paris onde é acolhido pelos meios radicais. Sucedem-se as informações sobre o seu paradeiro; da Polícia Francesa e dos agentes portugueses em Paris; do ministro Sousa Rosa; do escrivão Abílio Magro. Mais do que uma vez o juiz do Juízo de Instrução Criminal solicita a D. Manuel II e ao Presidente do Conselho que se desloque um enviado a Paris para apurar de Aquilino Ribeiro quem são os regicidas. É a “brandura dos nosso costumes” a funcionar. Uma dessas diligências é efectuada a 13 Maio 1910, como consta da publicação oficial de 1915, Documentos Encontrados nos Paços Reais após o 5 de Outubro. O conhecimento internacional do envolvimento do Aquilino na chacina do Terreiro do Paço foi imediato. Raul Brandão, futuro seareiro ao lado de Aquilino, escreveu em Janeiro de 1909 (Memórias, I): «Um dos regicidas está em França, mas Clemenceau (primeiro-ministro francês,) recusa-se a extraditá-lo». De facto todos os interessados no caso sabiam do envolvimento de Aquilino no regicídio e foi essa “proeza” que o tornou um protegido das forças radicais europeias no poder, ou em vias de o adquirir. Nos seus exílios, Aquilino não experimentou dificuldades.
É em Paris que conhece Grete Tiedemann com quem vive em 1910 antes de voltar a Lisboa. Regressado a Paris, frequenta a Sorbonne e vai residir alguns meses na Alemanha durante 1912. Em 1913 casa com Grete Tiedemann e regressa a Paris, onde nasce o seu primeiro filho em 1914, de seu nome Aníbal Aquilino Fritz Tiedemann Ribeiro. Segundo algumas fontes, Aquilino é um exaltado germanófilo nesta fase da sua vida. Declarada a guerra, Aquilino regressa a Portugal, sem ter terminado a licenciatura e é colocado como professor no Liceu Camões em 1915. Em 1919 entra para a Biblioteca Nacional, a convite de Raul Proença onde convive com personalidades como Jaime Cortesão e integra em 1921 a direcção da revista “Seara Nova”.
É na Biblioteca Nacional que Aquilino Ribeiro é procurado por pessoas de suas relações para lhe mostrar uma “Acta do Regicídio” Seria para Aquilino atestar a veracidade dos factos constantes no documento, acrescentar um pormenor? Tudo atesta a sua cumplicidade com os criminosos…E é então que escreverá: «Porque é desnecessário demonstrá-lo, a República implantou-se no Terreiro do Paço naquela tarde trágica de Fevereiro; outros vêem sacudir as mãos na varanda de Pilatos.» É nas páginas da revista que traça os perfis românticos e laudatórios de Costa e Buíça (Seara Nova, I, pág. 103 e seg e 163 e seg.). Segundo a narrativa de justificação, o regicídio pertence à categoria de acto inopinado, decidido no local, por Buíça e Costa. Contudo, Aquilino admite a existência de um grupo de 5 regicidas no Terreiro do Paço, formado por Costa, Buíça, Ribeiro, Nunes e Adelino.Sobre Alfredo Luís da Costa diz o seguinte:
“Foi em 1906 que R* P* apresentou no Gelo Alfredo Luiz da Costa, esse rapaz de vinte e tal anos, alto, desengonçado de corpo, duma fisionomia séria, quase triste, a que ninguém ligou importância. Grandes olhos castanhos, lentos a mover-se, com uma fixidez por vezes de desvario, um dedo de barba loura no queixo, o nariz levemente amolgado sobre a esquerda. Provavelmente uma tuberculose descurada, que traiçoeiramente seguisse caminho, achatara-lhe o tórax aguçando-lhe os ombros e imprimindo-lhe já às costas uma quebratura perceptível.”
É quase inacreditável como omite que Alfredo Luís da Costa, a grande alma da sua fuga da esquadra do Caminho Novo, foi o regicida, que recrutou os camaradas para o crime.Sobre Buíça escreve:“Buiça era frequentador do Café Gelo, esse café muito arrumado a meio do Rossio tumultuário, que, não obstante o berrante das fardas, conserva um ar todo plácido de botequim provincial. De corpo, era um homem de estatura meâ, rosto fino, tez branca, que mais realçava a barba preta com tons de fogo, na qual as suas mãos tinham o vício de passear-se, de embrenhar-se, quando a cólera o tomava ou ouvia alguém do seu agrado. A testa era longa, com as arcadas supraciliares marcadas sem de mais, as linhas fisionómicas duma delicadeza que, fora das mulheres, desagrada. A aparência, toda ela de franzino, mascarava-lhe inteiramente o génio assomadiço e a coragem que não era lenta nem jamais foi receosa a medir-se.”O problema desta peça é que omite o passado criminoso do ex-sargento de Cavalaria, saído do Exército após expiar crimes de agressão a subalternos pelos quais esteve preso, e mais do que uma vez condenado no civil por crime de ofensas corporais, variando a sua vida entre a demência criminosa e a vontade de um revoltado. Aquilino preferiu ignorar esse fatal destino do seu antigo compadre e correligionário, filho de Maria Barroso e do abade de Vinhais, Abílio da Silva Buíça.
Ainda mais revelador é o que Aquilino admite e omite sobre José Nunes, contra o qual esgrime argumentos sem fim, considerando-o um mitómano. Muito sucintamente, José Nunes era um intervencionista do grupo “Os Mineiros”. Esteve no Terreiro do Paço e disparou sobre o Príncipe D. Luís Filipe, sendo nele que a rainha D. Amélia bateu com um ramo de flores e ele o retratado pela rainha em esboço. Sobre o regicídio deixou importantes revelações após 1915 que esclarecem o atentado em livros como A Bomba Explosiva e Para quê? Outros escritos ficaram inéditas, já que a sua publicação imediata traria apaixonados debates, envolvendo algumas personagens ainda vivas (nomeadamente Aquilino) e a maioria de vultos então recentemente falecidos. Fugido para S. Tomé e Moçâmedes e depois regressado a Lisboa, a polícia nunca o encontrou. Antes de morrer, segundo Casimiro da Silva, «no quarto de dormir, tinha, sobre a cómoda, voltado para o leito um grande retrato de D. Luís Filipe» - o Príncipe a quem ele tirara a vida. «Todos os dias, ao despertar, para ele olhava, repetindo a pergunta - título do seu livro: E Para Quê? José Nunes era um arrependido e não foi o único. Aquilino Ribeiro nunca se arrependeu. Sob a paródia religiosa do título do seu livro Um Escritor Confessa-se não ressuma qualquer sentimento de penitência; é apenas uma inquirição divertida ao passado confortavelmente longínquo do anarquista ex-seminarista e do agora relativamente celebrado escritor. Como quem diz, já um pouco senil e babado de ternura por si mesmo: “As coisas que eu era capaz de fazer!”
Em 1927 após a revolta de 7 de Fevereiro, Aquilino exila-se em Paris. No fim do ano regressa a Portugal, clandestinamente e morre a primeira mulher. Em 1929 Aquilino Ribeiro casa com D. Jerónima Dantas Machado, filha de Bernardino Machado e em 1930 nasce o segundo filho, Aquilino Ribeiro Machado. Em 1931 vai viver para a Galiza mas a partir de 1932, já com 47 anos, permanece no país e recebe reconhecimento pelas suas obras literárias. Em 1960 é proposto para o Prémio Nobel da Literatura. Tendo a família de Sofia Mello Breyner, próxima do Paço, documentação sobre o regicídio, a própria Sofia disse em comentário a um livro escrito por JMR que “o Aquilino esteve no Terreiro do Paço com um revólver e tal facto fora do conhecimento internacional mas a família Breyner decidiu não incluir essa informação no livro de memórias do avô… E depois rematou: - «Porque é que acha que nunca lhe deram o Nobel? Eles sabiam que ele participou no Regicídio e a sociedade não dá prémios Nobel a assassinos».
Aquilino morre em 27 de Maio de 1963.

2007-06-12

anúncio

anuncio-te a alegria
e a vaga luz sobrante
das linhas das mãos.

és tu o segredo breve
a mais íntima casa.

deito-me agora aqui
e do nevoeiro vítreo
cibercintila a chama.

dizes-me o nome
e o arco vibra fundo.

2007-06-11

manuel de terán 1904 - 1984 geógrafo


Catálogo de la exposición Manuel de Terán, Geógrafo (1904-1984) cuyo hilo argumental es la biografía intelectual de Manuel de Terán, en conexión con su horizonte cultural y educativo y con el horizonte científico en el que desarrolló su actividad académica y su obra escrita, de modo que muestra el legado de un modo de trabajar y de entender la Geografía. No necesita ser esta exposición ningún rescate, pues la figura de Terán está muy viva en la geografía actual, pero sí es una reafirmación de su valía y una demostración ordenada de los contenidos que la acreditan.El catálogo incluye la enumeración de las publicaciones de Terán, un artículo suyo que fue pionero en su momento sobre la ética de protección y conservación de la naturaleza, y, por último, la preceptiva relación de obra gráfica, piezas documentos expuestos.Ahora con esta conmemoración se contribuye a un acercamiento mayor a quien, además de profesor y sabio, fue un hombre recto, querido y generoso.

Editan: Sociedad Estatal de Conmemoraciones Culturales, Residencia de Estudiantes, 2007

24x21 440 páginas 180 ilustraciones
50.0 euros

Quadros de Paulo Medeiros expostos em sala virtual

DR
Três quadros em cada parede e uma mesa ao centro, com desdobráveis e um livro de visitas, constituem a sala da última exposição de pintura do artista plástico Paulo Medeiros, que, apesar do realismo, é apenas virtual.
A ideia de criar uma sala de exposições virtual partiu da constatação de Paulo Medeiros da falta de espaços físicos públicos que acolham os trabalhos dos artistas plásticos e do baixo número de visitantes que muitas vezes registam.
Uma salinha virtual pode ser visitada por todas as pessoas que o queiram, comodamente e em qualquer parte do Mundo. E sem as contrapartidas que requer uma exposição normal, afirmou à Agência Lusa Paulo Medeiros.
A exposição À espera da felicidade está patente no sítio da Internet www.pmedeiros.no.sapo.pt há uma semana e, segundo o artista plástico, já foi vista por mais de 270 pessoas, um pouco de todo o país e também do Brasil e de Espanha.
Na sua opinião, este número significa mais do dobro de visitantes que a exposição teria se estivesse patente numa galeria tradicional.
Paulo Medeiros, que é funcionário do Departamento Cultural do Instituto Politécnico de Viseu, considera que esta nova modalidade de expor poderá ser seguida por outros artistas que, como ele, ainda se encontram em fase de afirmação.
Só falta mesmo o calor humano, observou, citando um dos comentários deixados no livro de visitas colocado na mesa de centro da sala, ao lado de desdobráveis com um texto do artista plástico e crítico espanhol Francisco Arroyo Ceballos.
Nas paredes estão nove quadros, com imagens de cadeiras e mesas a que pessoas se sentam ou encostam, acompanhados da respectiva etiqueta a indicar a sua dimensão e a técnica usada.
Tenho os quadros em casa com as dimensões que estão nas etiquetas. Tirei-lhes fotografias e coloquei-as na sala virtual, explicou.
A ironia retratada nos seus quadros, justifica-a com o título da exposição: Muitas vezes as pessoas acomodam-se, ficam à espera da lotaria.
Também esta sua ideia de criar uma sala de exposições virtual pretende romper com o comodismo, ao encontrar novas formas de enfrentar as dificuldades, aproveitando as ferramentas dadas pelas novas tecnologias.
Quase tudo está inventado e é natural que exista já algo idêntico. Mas nestes moldes eu nunca vi, garantiu.
A exposição permanecerá no sítio da Internet até ao final do mês.
Paulo Medeiros nasceu em Moçambique, em 1965, e vive em Viseu, onde se licenciou em Educação Visual e Tecnológica.
Tem participado em várias exposições individuais e colectivas e foi um dos seleccionados para a Bienal da Cerveira 2007, que se realizará entre 18 de Agosto e 29 de Setembro.
© 2007 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.2007-06-04 18:05:01


2007-06-09

lixo produtivo

Museu de Arte de Israel
apenas um monte de lixo... e uma sugestiva sombra!

2007-06-08

quase canção

partem as vozes os rumores
e mesmo os ausentes vibram
no princípio e fim deste canto.

2007-06-07

MEMORIA DE PÍO BAROJA





Con motivo de la exposición se ha editado un catálogo, diseñado por Pío Caro-Baroja, que incluye textos de Joaquín Puig de la Bellacasa, Pío Caro Baroja, Fernando Pérez-Ollo, José-Carlos Mainer, Xavier Agenjo Bullón, Francisco Flores Arroyuelo, Jon Juaristi, Juan Manuel Díaz de Guereñu, Miguel Sánchez Ostiz y Miguel Ángel García de Juan. El volumen se completa con una biografía comentada de Pío Baroja escrita por Ara Torralba y con la relación de obras y documentos expuestos.
Edita Ministerio de Cultura Sociedad Estatal de Conmemoraciones Culturales Gobierno de Navarra,2007.
24x21340 páginas. Fotografías. Rústica con sobrecubierta.
35.0 euros

2007-06-04

"Litoral". Travesía de una revista (1926-2006).



Litoral cumple ochenta años. Este catálogo plasma esa singular trayectoria de la revista que nació de la mano de Emilio Prados y Manuel Altolaguirre como una revista maravillosa para cosas del mar, solamente del Mar.

Edita Diputación Provincial de Málaga, 2006.


29 X 22 cm. 344 páginas.


Encuadernación en cartoné
40.0 euros

2007-06-03

"Letras Aquilinianas"


Há já meses, "Ave-Azul" destacava a mais do que louvável ideia da Confraria Aquiliniana de promover a edição de uma publicação, de feição pedagógico-didáctica, que divulgasse e perenizasse a obra do Mestre da Nave.
O dia chegou. Faz uma semana que as "Letras Aquilinianas", dirigidas por João Silva de Sousa, foram apresentadas na Lapa. As 220 páginas da publicação, se, por um lado, derivam para um academismo não esperado, por outro, desvelam pequenos e não menos interessantes aspectos que fazem desta publicação, órgão oficial da "Confraria Aquiliniana", um projecto promissor que pode ser fruído, no seu conjunto, por público diverso.

Monárquico e subscritor da petição contra a trasladação de Aquilino, nada me move contra Aquilino, escritor que admiro e, em não poucos momentos, venero. Há, no meio, razões de ideário e a tragédia no Terreiro do Paço. Sempre me encontrei com Aquilino, dele discordando em muito aspectos, lembrando, em voo de mais de um quartel, a mostração oral do estranho sortilégio de um dos mais belos "incipit" da literatura portuguesa a mim chegada pela especiosa voz do Dr. e Padre Custódio Lopes dos Santos, que aproveito para homenagear:

"O vento, que é um pincha-no-crivo devasso e curioso, penetrou na camarata, bufou, deu um abanão. O estarim parecia deserto. Não senhor, alguém dormia meio encurvado , cabeça para fora no seu decúbito, que se agitou molemente. Volveu a soprar. Buliu-lhe a veste, deu mesmo um estalido em sua tela semi-rígida e imobilizou-se. Outro sopro. Desta vez o pinhão, como um pretinho da Guiné de tanga a esvoaçar, liberou-se da cela e pulou no espaço. Que pára-quedista!"
Sim, vamos ler Aquilino. Tirá-lo do "Canto dos Escritores", em que repousa, é outra coisa. À sombra de um nome, haverá sempre anões em bicos-de-pés. O evento não me incomoda, emociona-me. Quem quer tirar Aquilino da companhia dos escritores?

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Revista “Letras Aquilinianas” apresentada em Sernancelhe
Texto de Ana Filipa Rodrigues
A confraria Aquiliniana apresentou, durante a IV Feira Aquiliniana, em Sernancelhe, o primeiro número da revista “Letras Aquilinianas”.

O novo órgão de informação surgiu, segundo a Nota Editorial do director da revista, João Silva de Sousa, “com o propósito de fazer justiça a um dos maiores autores de sempre da Literatura Portuguesa: Aquilino Ribeiro”. Para o regedor da confraria, Jerónimo Costa, a revista irá permitir novamente a “elevação da figura do escritor no panorama literário”“Letras Aquilinianas” servirá também para “dar a conhecer um pouco da confraria, o que está a fazer e pretende vir a fazer”.

O primeiro número da revista é composto por 25 artigos, redigidos por colaboradores de diversas áreas que se “interessam pela obra de Aquilino Ribeiro” e que com “a sua opinião irão contribuir para iludir a problemática em torno do esquecimento do escritor”.

A publicação, para já, tem uma periocidade anual, mas a confraria está a equacionar a hipótese de a revista ser editada semestralmente. “O número de artigos que recebemos superou as nossas expectativas. Era suposto a revista ter cerca de 100 páginas, mas o primeiro número foi publicado com 200 páginas. Neste momento, temos artigos que fariam um novo volume”, refere Jerónimo Costa.

“Letras Aquilinianas” irá “complementar” e não competir com outras iniciativas ligadas ao escritor. O regedor da confraria afirma que tem “admiração” pelos Cadernos Aquilinianos, trabalho que tem vindo a ser publicado desde 1992 pelo Centro de Estudos Aquilino Ribeiro, sedeado no pólo de Viseu, da Universidade Católica. Porém, Jerónimo Costa reconhece que “a obra de Aquilino Ribeiro é muito rica e tem matéria que ainda não foi explorada”.

Os 500 exemplares serão distribuídos pelos colaboradores, sócios, elementos da confraria, pela rede de bibliotecas e serão entregues nas escolas e Câmaras Municipais associadas.

A confraria foi criada a 13 de Setembro de 2004, tendo no ano seguinte enviado um pedido ao Presidente da Assembleia de República, Jaime Gama, para que se efectuasse a transladação dos restos mortais do escritor para o Panteão Nacional. O pedido foi aceite e, em princípio, a transladação irá decorrer em Setembro de 2007. "
[ed. 272 do Jornal do Centro, 01 de Junho de 2007 ]
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Aquilino e os regicidas



Após a aprovação no Parlamento do projecto que concede honras de Panteão Nacional a Aquilino Ribeiro, foi posta a circular uma petição com vista a contrariar tal deliberação. No documento, subscrito pelo designado Fórum Democracia Real, discorda-se da trasladação dos seus restos mortais, por, alegadamente, o escritor ter participado na conspiração para o assassinato do rei D. Carlos e de seu filho Luís Filipe. Os signatários admitem, contudo, nunca se ter provado “que o romancista tenha estado no local a 1 de Fevereiro de 1908.”

Vinda de quem vem, não se estranha a rejeição das honras a alguém supostamente implicado em acções de conjura revolucionária. Descontado o excesso de zelo, tendencialmente faccioso, respeite-se a seriedade da investigação histórica. E neste campo, as fronteiras ideológicas não devem afastar os investigadores.

Não é coerente a colagem do epíteto de “terrorista” a quem foi perseguido pelo regime monárquico, por se ter batido frontalmente pelos direitos do povo e pela liberdade de expressão. No início do séc. XX, o discurso pró-republicano identificava-se com a defesa desses interesses. Em muitas das crónicas publicadas na altura (vide Cadernos Aquilinianos), o escritor defende com convicção a emancipação popular através da formação de uma opinião pública esclarecida e critica de forma demolidora o regime que então agonizava. Na conjuntura deste período (1906-1908), abundavam os motivos de contradição interna do regime e a crise do liberalismo monárquico era acentuada pela ditadura franquista. De resto, o contributo de publicista dado pela efervescente militância de Aquilino não deverá ser esquecido nas comemorações do centenário da implantação da República.

Também não é coerente a argumentação que associa o seu encarceramento com a ligação, muito estreita de facto, a Alfredo Costa e Manuel Buíça, na altura do assassinato. A prisão do escritor ocorre dois meses e meio antes do regicídio, quando se engendravam bombas artesanais no seu quarto, a pedido de Gonçalves Lopes, vítima da explosão. O seu envolvimento em acções destinadas a abalar o poder institucional manifestava-se sobretudo na escrita militante de escândalo, visando a subversão política. Basta ler os corajosos artigos então publicados (por exemplo n’A Vanguarda e no semanário republicano A Beira, de Viseu) e os folhetins A Filha do Jardineiro e Os Bandidos da Serra da Gardunha. As reacções de sarcástica ironia e de incontida ira derivam das circunstâncias de agudização política. Os próprios regeneradores e progressistas reagem contra o rei D. Carlos face ao apoio por este conferido ao governo franquista. João Franco seria assim o alvo a abater e o grande culpado do regicídio, sendo este um acto isolado de dois exaltados, visto os republicanos não estarem preparados para responder à crise provocada pelo desaparecimento do rei. Tem interesse para a história do princípio do século cruzar os documentos existentes (outros terão desaparecido) com as revelações pessoais do livro Um Escritor Confessa-se e o registo ficcional de Lápides Partidas.

Admita-se algum excesso de militância revolucionária de Aquilino. Mas homens de acção foram também os militares de Abril que, felizmente sem mancha de sangue, tenazmente se opuseram ao Estado Novo e possibilitaram a instauração do regime democrático. Ora, usar a arma da escrita para lutar pelas suas convicções não é forma de terrorismo; é, até prova em contrário, lição de cidadania. Essa lição e o lugar cimeiro da sua obra literária conferem a Aquilino as honras de Estado que em breve lhe serão prestadas.
[ed. 272 do Jornal do Centro, 01 de Junho de 2007]

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PETIÇÃO "TERRORISMO NÃO DEVE TER HONRAS DE ESTADO"

To: Presidente da Assembleia da República

A Sua Excelência o
Senhor Presidente
da Assembleia da República

Excelência,

Verificado o cumprimento dos pressupostos legais para o exercício do direito de petição colectiva, no caso uma representação, vêm todos os signatários manifestar a sua discordância com a trasladação dos restos mortais de Aquilino Ribeiro para o Panteão Nacional, por deliberação da Assembleia a que Vossa Excelência preside.
Mais vêm manifestar esta discordância de uma forma determinada e expectante. Determinada e expectante, Senhor Presidente, porque a Assembleia da República, independentemente de considerações de natureza cultural, deve atender ao facto, historicamente provado, de Aquilino Ribeiro ter participado na conspiração para o assassinato do Chefe de Estado de Portugal, em 1 de Fevereiro de 1908, Sua Majestade El-Rei D. Carlos, e Seu Filho, Sua Alteza Real o Príncipe Dom Luis Filipe.
A contradição, Excelência, parece-nos díficil de ultrapassar: considerar herói nacional, propor como exemplo às gerações vindouras, alguém que participou na preparação de atentados terroristas e que foi preso por isso mesmo; alguém cujo processo por participação em atentados bombistas foi levado a tribunal em 13 de Fevereiro de 1908, juntamente com mais dois arguidos; alguém que depois veio branquear o seu passado e sacudir as mãos à varanda de Pilatos, confunde-nos o espírito de portugueses e de ocidentais, defensores da democracia e dos direitos humanos. Com esta trasladação, a instauração da República fica equiparada ao acto do regícidio!
Mas, Senhor Presidente, Herói e Assassino são antónimos. A sua conjunção é uma impossibilidade ética. E, se não se confirmar a impossiblidade legal daí decorrente, são um conceito apenas: um equívoco no coração da própria República! Vossa Excelência, personalidade de elevadíssima idoneidade e dimensão humana, constitui motivo de certeza para todos estes portugueses, em número de e de todos os outros que dentro e fora do território nacional têm o espírito em sobressalto, de que esta ignomínia ficará pela mera tentativa.
É o País inteiro que atento e grato pela procedência desta representação, vem assinar e dirigir a Vossa Excelência este grito muito forte e muito português: Deixem em paz as cinzas de Aquilino Ribeiro! Deixem que a Posteridade lhe teça os elogios literários que merecer! Mas não ergam em símbolo de cidadania quem deu provas de aceitar que os métodos terroristas e o assassinato de um Chefe de Estado são meios procedentes e legítimos para instaurar ideais políticos.


Não o coloquem no Panteão Nacional!

Sincerely,

The Undersigned


2007-06-02

Zenei OSHIRO em Viseu








Natural de Okinawa, onde nasceu em 1953, Mestre Zenei OSHIRO (7º dan de Karaté Goju-Ryu e 7º dan de Kobudo da escola de Mestre MATAYOSHI, iniciado na prática pelo Mestre Eiichi MIYAZATO, um dos professores mais reputados da ilha) dirigiu na cidade de Viseu, em meados de Maio, um estágio da modalidade de que é o máximo representante europeu.

XXV Encontro de Coros Cidade de Viseu, hoje


Viseu em forma


"Mallarmé hors frontières. Le filon symbolique du premier théâtre maeterlinckien", da autoria da Prof. Doutora Maria de Jesus Cabral (UCP-Viseu)


LANÇAMENTO DO LIVRO

Mallarmé hors frontières. Le filon symbolique du premier théâtre maeterlinckien,

da autoria da Prof. Doutora Maria de Jesus Cabral

SÁBADO, 2 Junho, 15h
Universidade Católica_Viseu

No próximo, Sábado, dia 2 de Junho pelas 15horas vai ter lugar a sessão de lançamento do livro Mallarmé hors frontières. Le filon symbolique du premier théâtre maeterlinckien, da Prof. Doutora Maria de Jesus Cabral, docente no Departamento de Letras da Universidade Católica de Viseu.
Esta obra põe em relevo a presença, as afinidades e as extensões do projecto literário dramático de Stéphane Mallarmé, figura tutelar do Simbolismo europeu, consolidado no seu monumental e inacabado Livro, na esfera cosmopolita deste período literário do último quartel do século XIX, centrando-se mais especificamente no “primeiro teatro” de Maurice Maeterlinck, nome pioneiro do teatro poético, no dealbar da modernidade.

A cerimónia terá lugar no Auditório Engº Engrácia Carrilho da mesma Universidade.
A apresentação da obra estará a cargo da Prof. Doutora Maria Hermínia Amado Laurel (Univ. de Aveiro) e do Professor Franc Schuerewegen (Universidade de Antuérpia).

A encerrar a sessão será servido um Dão de Honra.

(Confirmações: Tel. 232419500 ou andreia@crb.ucp.pt)

"O pensamento crítico de Hermann Broch" de Jorge António Lima Saraiva (Salão Nobre da CM de Mangualde)


Prepare-se para o Verão, no GymnoTrês