Vasco Graça Moura e
Aquilino Ribeiro – o acorde literário
Na sempre
estimulante e certamente esquecida crónica que Vasco Graça Moura subscrevia na
revista Sábado da década de 80 – e refiro-me
a “Semana inglesa” -, não esquecia o escritor e cronista o fulgor canónico de
Aquilino Ribeiro ao aludir ao matizado descaso de Mau tempo no canal, de Vitorino Nemésio, que, em 44 anos, conhecera
apenas sete edições correntes (estávamos em 1988) e que era, no entendimento graçamouriano,
um caso de um romance dotado de todas as qualidades do género.
Tal texto,
intitulado “Mau tempo”, integra escassas menções de obras-primas do mais de
meio século português até então vivido pela literatura portuguesa. Moura fala
apenas de Nemésio, Torga e Aquilino. E de Aquilino apresenta dois títulos que
são casos de “um acorde perfeito e iluminante entre a escrita, a matéria e a
realidade”: O Malhadinhas e A Casa Grande de Romarigães.
Viseu, 8 de junho de 2017
Martim de Gouveia e Sousa