[memória de fogo]
ainda lembro a penumbra de tudo
um mar vasto de sons e
sonhos
a rebentação dos poros na manhã
a imensa luz como aracne na pele:
um grito fundo musical nas ondas
por mim fendendo os trabalhos
como se os dias isso não fossem...
ainda lembro o horizonte vasto
o brilho visceral dos olhares vivos
a macieza dos pomos os frutos
breves e dóceis na palma da mão:
a faca então cortante o doce disso
deflagrando dos pés ao coração
como um friso de mel ardendo…
¿que de mim ouves mulher aérea
dos ramos vindo célere copiosa
de sede em mim sendo este fogo?
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