Álvaro Cunhal por João Abel Manta (2008)
Um escritor não nasce logo, não cessa de nascer. Maria Alzira Seixou guindou, desde há anos, Manuel Tiago a uma posição bem acima de meritória; Urbano Tavares Rodrigues, por exemplo, dedicou-lhe mesmo um volume de ensaios, escrutinando nele características apaixonantes de excelência literária.Não acabando de nascer, neste dia profundamente simbólica para o sonho e a mudança, é Manuel Tiago, e o mesmo é dizer Álvaro Cunhal, um profundo escritor vindo, como o diria o subtilíssimo Urbano Tavares Rodrigues, «da grande seara da dignidade conquistada».
Lembra o evento uma outra deriva da doxa literária - a de todos quererem ser muito escritores, muito amigos até da literatura, laborando em coutadas de interesses pouco límpidos, muito opacos. Dizia António Franco Alexandre, imenso poeta nascido em Viseu, que com muita dificuldade se via escritor, se dizia escritor. Ainda assim, quantos escritores tão mais escritores que Manuel Tiago? Que criadores literários tão adentrados na beleza feminina?
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