2015-02-24

Ler Tolentino Mendonça


Ler Tolentino Mendonça

Ler Tolentino Mendonça obriga-nos a ler devagar, passe a marca e o chavão. Inconsútil, o texto Tolentino é paragem, descanso e pensamento. Não lavrando, por norma, em construções de grande fisicidade, isto é, de muitas páginas, o distinto escritor é profundidade e não comprimento. Sempre que dele me aproximo, estanco, acalmo e perco-me nos trilhos do pensamento. E parto sempre de breve frase ou de condensado hemistíquio.

«Qual é o sentido do trilho?», perguntava Peter. «Cada trilho conduz a mais do que um sentido», respondia, dizendo não saber, John Wolf. É desta fundura que se levanta o corte com o reducionismo e a deriva facilitista. E segue o grande diálogo de O estado do bosque (2013) que nos convida a um dia  tudo ser abandonado em detrimento dos caminhos do bosque, pois não há tecnologias superadoras. Quem não quer aprender, afinal?

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