nada perde o já perdido
como ilusão desmerecida
afundando em velha clave.
aí se salva a morte o grito
o salto felino na sorte o dia
súbito rompente como mito.
esta a casa a rude casca o sol
espelhando o mel a seda a pele
um barco em ti sobre o mar.
eis o sangue a ferida delida
a memória vazia nos dedos
aí todo o silêncio mordente.
azul hiante azuliante o chão
opacas as horas fendentes
esta faca o marfim os dentes.
na pedra fria caído arde o corpo
nu nas sombras nos muros na cal
onde explodem todos os rios.
tenso em arco as frechadas
nuvens transparentes o éter
sobre os cães do tempo a morte.
gestante uma veia avulta – a morte.
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