Eis a imagem de Carlos de Lemos ao tempo das suas pouco mais do que primícias literárias. E o caminho, terá valido a pena?
2012-02-28
2012-02-27
2012-02-26
MAL DE PÁTRIA [de Fernando Assis Pacheco]
se temos nove dez poetas
à escala europeia
ou só quatro ou mesmo talvez
com muita boa vontade três
aflige-me bastante menos
que o problema do Serra:
quantas queijeiras restam
fiéis à rude bordaleira?
para onde vai Portugal?
1985
2012-02-25
2012-02-24
2012-02-23
2012-02-22
os anos empurrando
com uma rosa no punho e coração de atleta
cruzo todos os mares de todos os mundos
afundo nas águas os vitais murmúrios a sede
de mim ainda não acaba neste pouco sangue
nesta viragem de lume para dentro da pele
na radiosa língua dançando o seu gume aqui
na margem em que respiro este ouro do dia
entrando pelos poros o fulgor do sexo único
a infância lá longe declinando as memórias
demonstradas hoje longínquas as estrelas
no regaço o basalto quente fervente a pique
os dedos fendentes ardentes esforçados
recobrindo a limpidez do sono as nuvens
movendo as águas os anos empurrando-me
a vida o cérebro sobrexcitado disso - isto.
cruzo todos os mares de todos os mundos
afundo nas águas os vitais murmúrios a sede
de mim ainda não acaba neste pouco sangue
nesta viragem de lume para dentro da pele
na radiosa língua dançando o seu gume aqui
na margem em que respiro este ouro do dia
entrando pelos poros o fulgor do sexo único
a infância lá longe declinando as memórias
demonstradas hoje longínquas as estrelas
no regaço o basalto quente fervente a pique
os dedos fendentes ardentes esforçados
recobrindo a limpidez do sono as nuvens
movendo as águas os anos empurrando-me
a vida o cérebro sobrexcitado disso - isto.
2012-02-21
2012-02-20
2012-02-19
2012-02-18
poema para almada (4)
de longe ouço o chamamento
e nem vou ou hesito porque
a perdição está nos olhos
com que fito o horizonte
e na beleza última do abismo.
Etiquetas:
criação poética / almada
2012-02-17
"Fábulas familiares", de Rogério Seabra Cardoso
Areias do Tempo e Rogério Seabra Cardoso convidam-no(a) a estar presente no lançamento do livro Fábulas familiares, na FNAC - Viseu, no dia 18 de fevereiro, sábado, pelas 16 horas.
A apresentação será feita por Vítor Lourenço, Manuel Alte da Veiga e pelo autor, Rogério Seabra Cardoso.
Etiquetas:
apresentações
Local:
Viseu, Portugal
2012-02-16
"A nuvem de calças", de Maiakovski
A Nuvem de Calças [de Maiakovski]
Glorifica-me!
Os grandes não se comparam a mim.
Em cada coisa que eles conseguiram
Eu carimbo um nada.
Eu nunca quero
ler nada.
Livros?
O que são livros!
Antes eu acreditava
que os livros eram feitos assim:
um poeta vinha,
abria levemente os lábios,
e disparava louco numa canção.
Por favor!
Mas parece,
que antes de se lançarem numa canção,
os poetas têm de andar por dias com os pés em calos,
e o peixe lento da imaginação,
lateja ligeiro no bater do coração.
E enquanto, com a filigrana da rima, eles cozem uma sopa
de amor e rouxinóis,
a estrada sem língua apenas sucumbe
por não ter nada a gritar ou a dizer.
Glorifica-me!
Os grandes não se comparam a mim.
Em cada coisa que eles conseguiram
Eu carimbo um nada.
Eu nunca quero
ler nada.
Livros?
O que são livros!
Antes eu acreditava
que os livros eram feitos assim:
um poeta vinha,
abria levemente os lábios,
e disparava louco numa canção.
Por favor!
Mas parece,
que antes de se lançarem numa canção,
os poetas têm de andar por dias com os pés em calos,
e o peixe lento da imaginação,
lateja ligeiro no bater do coração.
E enquanto, com a filigrana da rima, eles cozem uma sopa
de amor e rouxinóis,
a estrada sem língua apenas sucumbe
por não ter nada a gritar ou a dizer.
2012-02-15
poema para almada (3)
sem palavras o quotidiano desenha-se
emergindo no fumo de breves cigarros
como se o inaudível ganhasse os ecos
murmurados das torrentes do sangue
e fendesse o palato os olhos vigilantes.
emergindo no fumo de breves cigarros
como se o inaudível ganhasse os ecos
murmurados das torrentes do sangue
e fendesse o palato os olhos vigilantes.
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criação poética / almada
2012-02-14
poema para almada (2)
derruída a república romana
disso há sinais e águas fundas
e a mais breve contemplação
traz-nos o sol e o melhor mel.
Etiquetas:
criação poética / almada
2012-02-13
poema para almada (I)
três dançarinas e seus pés
tantos quantas as mãos
enlaçam-se sobre pedras
junto a sítios e desvãos
não sonhando o caminho
que longo se esconde
sob a alegria e a festa
que aquece das pedras
ao corpo tudo tomando
menos a curva funesta.
Etiquetas:
criação poética / almada
2012-02-12
2012-02-11
A Livraria Portugal vai morrer
Aqui há alguns dias, deu-me para folhear e forrajear no Velho ciumento, de Miguel Cervantes, edição de setembro de 1965, com chancela das Publicações Dom Quixote. De súbito, o cartão acima tombou, lembrando que estamos em época de diluição das marcas culturais e dos lugares que tanto dizem sobre o pensamento português. Ainda hoje em Lisboa tive oportunidade de olhar para o estertor da Livraria Portugal. Mais no alto, a Sá da Costa agoniza. Serão as boas livrarias o espelho do país e dos maus políticos que têm abusado do poder e da nossa condescendência?
Etiquetas:
homenagem: livrarias
2012-02-09
2012-02-08
2012-02-07
"Puta que os pariu! A biografia de Luiz Pacheco", de João Pedro George
Em país pouco dado ao biografismo, salvando-se do mau rótulo uma mão cheia delas, esta biografia de Luiz Pacheco só pode constituir uma alto lugar no género, tanto mais que o seu autor é talvez o mais estruturado conhecedor do artista maldito e das veredas conexas à pessoa. Informativa e documentada, a obra salva do esquecimento poemas menores que eram homossexuais, como, por exemplo, Mário Pacheco e Acácio Gama Guerra, e que afetaram a psicologia do autor de Textos locais, mencionando ainda a atividade monárquica de Manuel de Lima, entre outras tantas fascinantes derivas.
A 1ª edição da biografia foi publicada em novembro de 2011, com chancela da Tinta-da-China.
2012-02-06
2012-02-04
2012-02-03
2012-02-02
Camané - "Do amor dos dias"
CAMANÉ - DO AMOR DOS DIAS
Quando começou a cantar Fado, acreditava que não iria
fazê-lo a nível profissional e ter um percurso longo nestas lides. Hoje,
é um dos fadistas mais aclamados a nível nacional e internacional.
Demonstrando uma rara sensibilidade musical, Camané regressou aos palcos
com o álbum "Do amor e dos dias", considerado por muitos como um dos
melhores discos da sua carreira e dos mais inovadores no género.
"Do Amor e dos Dias", que conta com letras de Manuela de Freitas,
Cesário Verde ou Alexandre O´Neil entre outros e música de José Mário
Branco, Alain Oulman e melodias do fado tradicional confirma Camané como
uma voz única na arte de cantar o Fado, desta vez, a partir de uma teia
de sentimentos e palavras menos vulgares na temática da obra deste
intérprete. No novo trabalho, o fadista volta a revelar um conhecimento
ímpar da cultura do fado e um respeito humilde pelos seus mestres.
Ao vivo, o espectáculo "Do Amor e dos Dias" evoca ainda alguns dos fados
maiores do repertório do fadista que contribuíram para a afirmação de
Camané como uma figura única no panorama do Fado.
3 Fevereiro 2012| 21h30m Preço: Plateia e 1º balcão: 15 euros; 2º Balcão: 12,5 euros Público-alvo: M/3 Duração: 1h15 sem intervalo Babysitting gratuito |
Etiquetas:
grande música / camané
Local:
Leiria, Portugal
2012-02-01
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