2011-10-24

"As linhas não existem" de Joana Espain



Citando Ana Luísa Amaral a propósito deste livro:

"Em Joana Espain (...) as palavras rangem e são arestas, e fazem-se brilhar, acendem-se. Avessas ao estilo. Sabendo, com Dickinson, que o estilo de pouco, ou nada, vale, porque não se ensina nem se aprende em manuais. Assim, o dickinsoniano recusar saber “dançar na ponta dos pés” recria-se e re-vive na desarmante afirmação “uma baleia não tem estilo”. Por isso, as linhas (dos estilos, dos pensamentos enquilosados, mas também dos modismos) resumem-se a isto: “o nó de uma linha individual lançada precariamente ao mar para suster o sublime estrondo da baleia”.
Há nestes poemas uma frescura que coloca seguramente a voz que os fala entre as vozes interessantes da poesia nossa agora emergente.
Nesta busca e neste rodear do mundo sensível e concreto através do recurso a uma linguagem suspensa e contida, é possível detectar nesta nova voz a importância do cruzamento radicalmente inusitado de linguagens de fundações várias (a da ciência, a da poesia, a do quotidiano)." 

*) À venda na Poetria ou no site www.livrariapoetria.com

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