Citando Ana Luísa Amaral a propósito deste livro:
"Em Joana Espain (...) as palavras rangem e são arestas, e
fazem-se brilhar, acendem-se. Avessas ao estilo. Sabendo, com Dickinson, que o
estilo de pouco, ou nada, vale, porque não se ensina nem se aprende em manuais.
Assim, o dickinsoniano recusar saber “dançar na ponta dos pés” recria-se e
re-vive na desarmante afirmação “uma baleia não tem estilo”. Por isso, as
linhas (dos estilos, dos pensamentos enquilosados, mas também dos modismos)
resumem-se a isto: “o nó de uma linha individual lançada precariamente ao mar
para suster o sublime estrondo da baleia”.
Há nestes poemas uma frescura que coloca seguramente a voz
que os fala entre as vozes interessantes da poesia nossa agora emergente.
Nesta busca e neste rodear do mundo sensível e
concreto através do recurso a uma linguagem suspensa e contida, é possível
detectar nesta nova voz a importância do cruzamento radicalmente inusitado de
linguagens de fundações várias (a da ciência, a da poesia, a do quotidiano)."
*) À venda na Poetria ou no site www.livrariapoetria.com
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