2010-10-21

amatória

assim seja o porte
longe de fino recorte
e expressão modelada etérea
colada com fio do norte
dos pés à cabeleira breve.

do riso não mais que um dente
branco como roupa lavada
e das coxas um galanteio
inunde teu ar espantado
caindo cerce de permeio.

quanto à voz nem pássaros
existem com tão suave gorjeio
nem sinfonias perto semelham
a música indizível enleio
que em teus lábios se espelha.

de imagens e de tantas musas
só tu deste modo felina
prisão alta com que seduzes
minha alma e seus recortes
meu corpo e claras luzes.

e tensos os músculos estendem
o sangue e os fundos rios
como elásticos longos que calo
fogueira que inunda os pés
coxas nas coxas um falo...

1 comentário:

Anónimo disse...

Que rica Fala!!!!!!!!!!!!!!!!