um arame de aço cose-te a pele
e da rua noite dentro um soco
abala-te os tímpanos a sórdida
candeia cai e derrama-se em ti
como se os dedos combustíveis
fossem de madrepérola frios…
tenso um músculo entesa-se
contra o lábio eréctil e da noite
vem um grito marejado de frio
derradeira lâmina no estupor
do sórdido verniz que se derrete…
idiota um coração rebenta no chão
abrindo-se maduro à aspereza do pó
como devorador canibal cansado
roto e vestido nas lajes negras…
uma dança então nasce do azebre
dos corpos flutuantes no cheiro
na navegação húmida das ilhas…
o vento amacia o cacto o hálito
amargo da boca anavalha-te…
em pano um secreto dente rói…
2009-04-04
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2 comentários:
Que saudade!
Belas palavras...
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