Há homens assim, enormes, vigiados mesmo depois da morte. Há homens assim, sem medo, que gritam contra os muros: "Há uma coisa que eu nunca poderei perdoar aos políticos: é deixarem sistematicamente sem argumentos a minha esperança."
Agudas, as palavras percutem no íntimo das maquinações e mostram a ausência de dorsalidade. Não espanta a defecção do poder em dia de homenagem. Ainda bem. Um poeta é um poeta e aos poetas pertence, como o parece dizer, afinal, aquele delicioso poema de Alberto de Serpa, de título "Em louvor dum vinho", que transcrevo de Almanaque de Lembranças Luso-Brasileiras:
Torga, - aqui, firme, declaro:
aquele vinho raro
que Você
e Andrée
soltaram em minha honra neste dia
- víamos o Mondego da vossa janela -
é a própria Poesia
ou mais do que ela.
Aquece os corpos de todo o frio,
levanta as almas de toda a queda,
e, se o futuro está sombrio,
no sonho mais feliz e calmo nos enreda.
3 comentários:
homem que nem a terra derruba...
.e há "terras" piores que a morte...
ou o esquecimento.
homenagem de urze.
beijo.
Martim.
y.
E que sublime estas lembranças na ordem dos nossos dias...o poeta, o homem...
"Por isso a vós, Poetas, eu levanto
A taça fraternal deste meu canto,
E bebo em vossa honra o doce vinho
Da amizade e da paz!
Vinho que não é meu,
mas sim do mosto que a beleza traz! "
Miguel Torga.
Bjs. Boa semana.
gosto de homens assim....
jocas maradas de sentires
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