2004-04-05

em casa. o ruído dos móveis estoira-me nos tímpanos. o calor sobe da cratera terrestre. do labirinto intímo vem a memória do menino de Bagdade. correndo contra a arma aperrada, correndo sempre pelo espaço venoso do invasor. dentro do inimigo, fora de si. o soldado industriado não sabe que dentro da pele há uma parte de si a arder. é esta a tristeza que Ruy Belo temia: a incapacidade administrativa. como não sofrer com tanto tempo gasto sem a espessura das palavras! e o menino corre por mim dentro florindo nesta boca e nos teus olhos...

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