2004-04-27

as promessas são ameaças. os POETAS, não mais expulsos da cidade, instalam a retórica e a argumentação. é o tempo das palavras que são escritura. em volta, mordem as sombras de opacidade. afinal, émico ou ético?

2004-04-17

sabem a rosmaninho e a mel. não sabem.

2004-04-09

nos olhos e na boca. também nos pulsos. é o tempo do mel e do sangue. de voltar a casa como a ave ao seu ninho. em volta e no mundo, o eco da Paixão é inaudível. e o sangue queima a terra e poucos sabem...

2004-04-05

em casa. o ruído dos móveis estoira-me nos tímpanos. o calor sobe da cratera terrestre. do labirinto intímo vem a memória do menino de Bagdade. correndo contra a arma aperrada, correndo sempre pelo espaço venoso do invasor. dentro do inimigo, fora de si. o soldado industriado não sabe que dentro da pele há uma parte de si a arder. é esta a tristeza que Ruy Belo temia: a incapacidade administrativa. como não sofrer com tanto tempo gasto sem a espessura das palavras! e o menino corre por mim dentro florindo nesta boca e nos teus olhos...