O desejo pôde mais do que eu. Vindo mesmo agora da "Livraria da Praça", depois de interessantíssima apresentação temática sobre a questão de Olivença, a cargo de dois elementos do Grupo dos Amigos do antigo território português, não consegui evitar a ânsia de desfraldar a bandeira e recitar o poema que um dia há-de ser outro, de noite e de dia. Recito do Cancioneiro de Olivença (2003), o poema de António Manuel Couto Viana
SE ENTRARES EM OLIVENÇA ÀS 3 DA TARDE
Se entrares em Olivença às 3 da tarde,
Vais achar, no deserto, uma cidade morta.
Se entrares em Olivença às 3 da tarde,
É inútil bateres a qualquer parte.
Se entrares em Olivença às 3 da tarde,
O silêncio apavora.
Se entrares em Olivença às 3 da tarde,
Somente a água sobre os lagos chora.
Se entrares em Olivença às 3 da tarde,
Transforma-se-te em pedra a solidão.
Se entrares em Olivença às 3 da tarde,
Entraste num caixão.
(5. 10. 2001)
Possa haver perdão para o nosso desleixo!
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