2006-11-21

memória de um grito

cinza sobre a água em espelho
traz o próximo céu a noite vindo
e são os promontórios aéreos
despenhando-se no rio nas vagas
o mais quente afago dentro da pedra.

os braços mastros escorrendo
o inverno nas janelas a sombra
na voragem onde o frio ainda.

agora a estrela brilha dentro da boca
ardendo na língua no justo sal
e os corpos e os dedos bailam.

a saliva corta os dentes a prumo
e só o sangue e a linguagem
dentro da memória dentro.

2 comentários:

Susana Barbosa disse...

que para sempre brilhem... as memórias. eternas dentro de nós.

veritas disse...

Senti...deveras...por isso tenho sempre de voltar em busca de mais. Obrigada!

Bjs.