2006-01-31

um dia, em Samos


um dia, em Samos, nem ânforas
ou hídrias matam a sede do amor
cílices e lécitos derramam-se
tapete dentro junto às crateras
dos poros cerâmicos da teia
alheando-se do entorno e do vício
dos fungos velhos da cidade

súbito um fio pende a pique
sobre a luz do dia que inunda
o quadro têxtil do tempo lento
que espera dia após dia
pelo regresso do viajante

sentada de mãos distraídas
penélope espera a chegada
de ulisses na próxima centúria.

1 comentário:

isabel mendes ferreira disse...

Martim....o quadro têxtil do tempo lento...
pronto. desisto.

vou escrever para o deserto....
ao menos lá ficaria convencida de que tinha alguma coisa para dizer...às sombras.

b.e.i.j.o.

(coisa feia..a inveja.../a minha/)