2006-01-15

fungos na cidade

a cidade apodreceu de novo. no centro do asfalto um dragão verde cospe lágrimas de tédio. redonda a volta não tem fim. um areópago de sonantes decide a morte que há muito chegou. um vampiro passa e engole o dia. não há ontem nem hoje dentro das muralhas. o amanhã resiste distraído contra o inverno escondido. onde um corpo a arder, onde a volúpia da chama? lentos, os corpos dessorados passam já sem vida. quando nova arcádia no jardim?

3 comentários:

martim de gouveia e sousa disse...

nada melhor do que o ar fresco de um relâmpago.

porfirio disse...

dum fruto apodrecido há que lhe rasgar o ventre, resgatar as sementes, limpá-las do tédio moribundo, secá-las e plantá-las em terreno fértil... até nessa mesma cidade, se lhe amputarem o mal gasoso.

um abraço

martim de gouveia e sousa disse...

ora viva, deumus amigo e já lincado. abraço.