Manuel da Silva Gaio (1860-1934) é hoje um escritor quase desconhecido, não sendo fácil, sequer, encontrar as suas obras, a não ser em alfarrabistas e em bibliotecas, públicas e privadas. O nome, tantas vezes confundido com o de seu pai, António da Silva Gaio, não tem visibilidade, seja em histórias da literatura, seja até em fortuna crítica.
O pai, médico e professor de Higiene na Universidade de Coimbra, nascera em Viseu, ficando talvez mais conhecido que o filho por via de um romance de êxito intitulado Mário – Episódios das lutas civis portuguesas (1868). Mais artista, não logrou Manuel da Silva Gaio a sorte do progenitor.
Alguns passos têm sido dados contra a ocultação, destacando eu, de 1998, o ensaio de José Carlos Seabra Pereira A obra e a acção literária de Manuel da Silva Gaio. Possa cada um acrescentar um passo, lendo alguns dos seus títulos esquecidos nos melhores livreiros. Assim o fiz, passam alguns meses, quando peguei em A Dama de Ribadalva [1] e descobri, nesse livro de contos, um fascínio indesmentível, nomeadamente nos segmentos narrativos de tonalidade ruinosa e cinérea.
Possam, leitor sobre leitor, impedir os sinais trágicos do tempo…
[1] Na capa, lê-se Lisboa, Livraria Editora Viúva Tavares Cardoso, 1904, enquanto na página de rosto se diz Lisboa, Livraria Editora Tavares Cardoso & Irmão, 1903.
4 comentários:
bom dia Martim.
e assim vai colmatando ignorâncias. as minhas claro.
obrigada.
bom domingo.
_______________beijo.
Pouco lido, de facto... Abraços!
Grande Amigo de Sílvio Lima.
Abraço.
aqui estou sempre a aprender, o que é optimo ....
gosto de ler.te ..assim....com tempo...com todo o tempo para as palavras
jocas maradas homem sábio:)
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