A noção de paradigma foi trazida para a ribalta, para a moda até, pelo filósofo, historiador e sociólogo das ciências Thomas Kuhn, em 1962. De facto, o intelectual norte-americano, no ano supracitado, em A Estrutura das Revoluções Científicas, postula que a história das ciências não se baseia no confronto teórico, mas antes nas relações das teorias com os respectivos contextos e nas suas capacidades explicativas. Mas ouçamos um evocativo trecho kuhniano:
O historiador da ciência que examinar as pesquisas do passado a partir da perspectiva da historiografia contemporânea pode sentir-se tentado a proclamar que, quando mudam os paradigmas, muda com eles o próprio mundo. Guiados por um novo paradigma, os cientistas adotam novos instrumentos e orientam seu olhar em novas direcções. E o que ainda é mais importante: durante as revoluções, os cientistas vêem coisas novas e diferentes quando, empregando instrumentos familiares, olham para os mesmos pontos já examinados anterior-mente. É como se a comunidade profissional tivesse sido subitamente transportada para um novo planeta, onde objetos familiares são vistos sob uma luz diferente e a eles se apregam objetos desconhecidos.[1]
Deste modo, fácil se torna inferir que o cientista, ultrapassada uma qualquer fase tradicional, é obrigado a reeducar a percepção do seu meio e a reaprender as novas formas, mesmo que tal implique uma ruptura total com as "verdades" de toda uma vida. E a existência de dissonâncias no meio científico ou literário, afinal, explicar-se-á à luz de paradigmas diferentes em vigência e em contacto. O certo é que "embora o mundo não mude com uma mudança de paradigma, depois dela o cientista trabalha em um mundo diferente."[2]
5 comentários:
Por tudo o que aqui venho aprender, pelos teus/nossos afectos não perco as minhas visitas e regresso sempre! obrigada.
Importante... Abraço...
v o r a g e n s !
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e nestas "sinopses" viajamos.
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beijo Martim.
p-S.
(recebeu o meu pedido "oficial" das revistas?)
:))))
sim, isabel, seguem em breve. bjo.
Sempre importante, de facto. Abraços!
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