2006-03-21

não é preciso dia da poesia

Manuel Cargaleiro
AO MÍNIMO CLARÃO
Talvez seja melhor não nos voltarmos
a ver, ao mínimo clarão
das mãos a pele se desavém com a memória.
As mãos são de qualquer corpo a coroa.
Das dele já nem sequer o itinerário
sei hoje muito bem, onde o horizonte
se desata o mar agora
regressa ao coração de que faz parte.
Ainda é o mar contudo o que se vê
florir onde ele chegar. chamando a esse
rapaz rebentação,
o céu rasga-se à volta dos seus ombros.
(Luís Miguel Nava, Como alguém disse )


6 comentários:

isabel mendes ferreira disse...

"..dir-se-ía que a minha vida é composta de sucessivas camadas de um solo à superfície do qual me obstino em trazer à luz do dia essas imagens que recozidas pelo tempo, ao longo dos anos se foram transformando...."

de obviamente L.M.N.

bom dia Poesia.

bom dia Martim. Beijo.

hala_kazam disse...

nós somos uma soma de memórias...e sao elas que nos transportam...

belo post

*beijos*

Patrícia

Su disse...

não gosto de dias marcados, sejam lá para o que forem....só me fazem lembrar que tem de ser lembrados forcosamente......

gostei de ler ... gostei
jocas deste lado do mar para esse

Anónimo disse...

O poema é bonito.

Anónimo disse...

Grande Nava, como sempre!

porfirio disse...

boa noite martim

...realmente o LMN é parecido com o mar: sempre a rebentar.