2006-03-23

a água perto da anca

quando me vieres chamar, ouve,
encontrar-me-ás colado ao tecto
objecto de contemplação quase
fundido no tempo suspenso
escoando o sangue contra as fissuras
do velho soalho patinado.


ouvirás então o rumor íntimo
da desintegração.


em breve o mar dentro do corpo
a água perto da anca
a vida dentro de mim.

7 comentários:

isabel mendes ferreira disse...

suspendo-me.


porque é belíssimo.


beijo. Martim.

Anónimo disse...

Belo poema...

porfirio disse...

...

ouvi o rumor
e
como-lhe agora o eco

...

abraço

Anónimo disse...

Cuidado com a água!

martim de gouveia e sousa disse...

spartakus, em ke sítio e a koras?

martim de gouveia e sousa disse...

também eu... braço no abraço.

hala_kazam disse...

quando te for chamar ouço-te...por que as tuas palavras sao lindas...

*beijo*