As três obras apresentadas são ainda de Cristina Nery. Colo-lhes, de seguida, o fabuloso e ecfrástico poema "A Estátua" da sempre fulgurante Judith Teixeira, para que nada vos falte, amados leitores:
A ESTÁTUA
O teu corpo branco e esguio
prendeu todo o meu sentido...
Sonho que pela noite, altas horas,
Aqueces o mármore frio
do alvo peito entumecido...
E quantas vezes pela escuridão,
a arder na febre dum delírio,
os olhos roxos como um lírio,
venho espreitar os gestos que eu sonhei...
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-Sinto os rumores duma convulsão,
a confessar tudo que eu cismei!
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Ó Vénus sensual!
Pecado mortal
do meu pensamento!
Tens nos teus seios de bicos acerados,
num tormento,
a singular razão dos meus cuidados!
Fevereiro - Noite Luarenta
922
Poucos sonharão hoje o escândalo que este poema causou na nossa década de 20...
5 comentários:
...........e nada me falta.......obrigado Martim. Bom dia. Aí.
(tudo muito intenso?:))
Gosto mais da Judith Teixeira.
boa noite martim
há muito para descobrir na selva apetrechada que é a poesia de judith. boas imagens mas judith é um caso de esplendor único...
abraço
Quando volta o sangue à Manson?
Pleno. É o adjectivo que surgiu de imediato quando, sem pedir licença, entrei neste teu espaço.
...
...
E muito ainda há por ver e dizer.
Até breve.
Ni*
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