2005-10-28

tesouras & alicates


é com a língua que corto o vento. a força dos alicates esmaga-me os ossos. novo e cego narciso, é com o corpo que dedilho os elementos. o lume desce à garganta e o mito ilumina-se nas paredes do estômago. na mala levo comigo os poemas dos outros. no espelho da água fito a imagem. a primeira, vinda sobre a pele dos dias. cada avanço é um som opaco, sem pegada. em ti me perco, já sem regresso. as lâminas da tesoura tombam e nem sequer um pouco da morte.

3 comentários:

martim de gouveia e sousa disse...

é matéria...

Anónimo disse...

matéria operada...
ob(e)ra
& bichos carpinteiros?
e a tauxia?
lavrada madeira a sulco aberta, fendida à mão...
(martimmartim --» acaba esta última epinautografia)

Anónimo disse...

tauxia soa a barthes???