2006-03-07

catch (I)



"A convenção fotográfica é de resto ela própria plena de signos. A pose da face acentua o realismo do candidato, sobretudo se este é munido de óculos perscrutadores. Tudo nela exprime a penetração, a gravidade, a fraqueza, a fraqueza: o futuro deputado fixa nos olhos o inimigo, o obstáculo, o <>. A pose a três quartos, mais frequente, sugere a tirania de um ideal: o olhar perde-se nobremente no futuro, não olha de frente, domina e fecunda um alhures pudicamente indefinido." Assim o disse Roland Barthes em meados da década de 50, em reacção ao momento. Fora do homem intromete-se o homem dando sentidos aos objectos, como se houvesse apenas leituras e não prévias linhas. Ou palavras brincando com a vida que brinca com o dizível dela. Os objectos aí estão à espera da doxa e da paradoxa, entende-se?

2 comentários:

isabel mendes ferreira disse...

....OU AS PALAVRAS BRINCANDO COM A VIDA QUE BRINCA COM O risivel DELA...?!

tudo se interpenetra....grave ou não...

beijo. Martim.

isabel mendes ferreira disse...

esqueci-me de deixar uma flor.


mas aqui fica ( f l o r )